Agência do Trabalhador está ofertando cada vez mais vagas para profissionais da área.

Empresas do setor buscam profissionais mais especializados em áreas específicas.
Fotos: Leandro Czerniaski/JdeB
O empresário Osnir de Oliveira, do Centro Automotivo Osnir, está conseguindo manter seu negócio imune neste período de pandemia. Mesmo com a instabilidade econômica, não precisou demitir nenhum dos mais de 20 funcionários e até pensa em contratar, mas tem dificuldades em encontrar profissionais qualificados em áreas mais específicas.
“Nós temos uma dificuldade de achar aquele profissional mais especializado. Hoje já trabalhamos com carros mais tecnológicos, os híbridos e elétricos, e precisamos nos preparar para o que está surgindo de novidade, mas é preciso que se tenha a qualificação certa”, comenta Osnir.
Na Agência do Trabalhador de Francisco Beltrão, a procura por mecânicos e chapeadores aumentou nas últimas semanas. Das mais de 100 vagas ofertadas pelo órgão, nove eram para profissionais automotivos. E elas são preenchidas constantemente. “Dificilmente as vagas se repetem por muitos dias, elas vão sendo encaminhadas, ocorre a contratação e novas vão surgindo”, afirma Noely Thomé, gerente da Agência.
Segundo ela, as empresas locais estão demandando mais mão de obra, desde julho, mas a contratação, muitas vezes, esbarra na falta de qualificação. “Temos um trabalho articulado com instituições de ensino para ofertar cursos e isso acaba sendo um diferencial para quem está buscando uma colocação melhor, especialmente na área automotiva. A capacitação é um dos principais critérios para a contratação”, diz. Em agosto, 176 trabalhadores encaminhados pela Agência foram efetivados.
Curso técnico
A busca por mecânicos mais qualificados esbarra num antigo preceito da profissão – o aprender fazendo. O Senai de Beltrão oferece o curso técnico em manutenção automotiva, com duração de dois anos e que capacita para a realização de diagnósticos e execução de manutenção em equipamentos, dispositivos e acessórios de veículos, além da elaboração de planos de manutenção.
As possibilidades de trabalho para os técnicos são amplas, mas o coordenador do curso, Marcelo Dacorregio, diz que a falta de remuneração condizente acaba desestimulando os formados. “O curso técnico é bem abrangente e já permite formar um profissional qualificado e que pode se aprofundar dentro de outras sub-áreas da manutenção automotiva, mas as empresas do setor precisam, também, estar dispostas a remunerar melhor os profissionais mais capacitados.”

Oficinas e centros automotivos estão buscando mais profissionais nas últimas semanas.
A qualificação é um diferencial para trabalhar nesta área.