Ontem, 27, assembleia foi voltada para professores, agentes 1 e 2, equipe pedagógica, diretoria da APMF, conselho escolar e grêmio estudantil.

Na terça-feira, 27, aconteceu a primeira etapa da consulta pública para definir se o Colégio Estadual Vinicius de Moraes vai ter ou não o modelo de ensino cívico-militar a partir de 2021. A primeira assembleia foi voltada para professores, agentes 1 e 2, equipe pedagógica, diretoria da APMF, conselho escolar e grêmio estudantil e a decisão ficou bastante dividida.
“Nós, como gestores, temos que fazer a consulta e acompanhar o que a sociedade decidir. Toda mudança gera algum desconforto e essa está sendo colocada para votação de forma bastante acelerada, mas temos uma equipe do Núcleo Regional de Educação (NRE) no colégio e representantes da nossa escola que estão recebendo a comunidade escolar para debater o tema”, disse Jean Fábio Bordignon, diretor da instituição de ensino. A decisão, na primeira noite, segundo o diretor, ficou bastante dividida.
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Na noite de hoje, 28, a partir das 19h30, pais, responsáveis e alunos com mais de 18 anos participam da consulta. É recomendando que eles tenham em mãos um documento com foto para facilitar a participação. A escola atende cerca de 400 alunos que residem, em sua maioria, nos Bairros Bem Morar, Santa Luzia, Concórdia e Esperança.
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Posições
O secretário de educação Renato Feder divulgou um vídeo para explanar sobre esse formato de ensino que está sendo proposto. Ele vai funcionar com gestão compartilhada entre militares e civis em escolas do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental e no Ensino Médio. As aulas continuarão sendo ministradas por professores da rede estadual, enquanto os militares serão responsáveis pela infraestrutura, patrimônio, finanças, segurança, disciplina e atividades cívico-militares. Haverá um diretor-geral e um diretor-auxiliar civis, além de um diretor cívico-militar e de dois a quatro monitores militares, conforme o tamanho da escola. “Gostaria de fazer um convite para que vocês, pai e mãe das nossas escolas, para que vocês possam optar se você quer continuar no modelo tradicional ou migrar para o modelo cívico-militar. Uma vez que a escola vote pelo cívico-militar, a gente vai ter mais aulas de português, matemática, aulas de civismo, ética e cidadania, além de uniforme para as crianças e um policial e seu time dentro da escola para garantir o respeito, a ética e o ensino do civismo no Paraná”, disse o secretário. Ele destacou ainda que as escolas desse modelo tem índices 20% melhor no Ideb do que as escolas convencionais.
Eliane Figura, presidente do núcleo Sindical da APP-Sindicato de Francisco Beltrão também emitiu opinião sobre o assunto. “Nós sempre defendemos que uma escola pública de qualidade é direito de toda a população, ou seja, precisamos sim ter mais investimentos, segurança, estrutura física para todas as escolas e não somente para algumas. Esse é um projeto vai investir milhões em aproximadamente 10% das unidades do Paraná, em contrapartida, a grande maioria das escolas vai ter que continuar fazendo rifa de páscoa, de Dia dos Pais, festival de pastel, de pizza, para conseguir manter a sua estrutura. Isso é inadmissível. É uma proposta que foi colocada ‘goela abaixo’ porque o nome das escolas foi apresentado pelo governador na segunda pela manhã e a votação foi colocada na terça. Que projeto democrático é esse? Que você apresenta num dia o nome das escolas e no outro começa a votação? Se nós vamos mudar as estruturas das escolas permanentemente precisávamos ter aberto um debate e ler a proposta na íntegra. Tem muita coisa que não está escrito em lugar nenhum, as resoluções que normatizam as escolas, o projeto político-pedagógico, como se dará a organização interna, o regimento interno”, destacou.