Quem afirma é dr. Daniel Rech, oncologista.
Hoje, 4 de fevereiro, é comemorado o Dia Mundial do Câncer e, de acordo com dr. Daniel Rech, oncologista, esta data foi criada no início dos anos 2000, pela união internacional para o controle do câncer e apoiada pela Organização Mundial de Saúde (OMS). O principal objetivo é a conscientização, focada em medidas de prevenção, como forma de lembrar os governos e a população da necessidade de buscar atendimento neste sentido. Confira a entrevista.
JdeB – É possível preveni-lo?
Dr. Daniel Rech: A prevenção é a melhor forma de alcançar cura definitiva. Infelizmente, a maioria dos casos não tem um “culpado” direto como causador, mas sim uma série de fatores somados. É sabido que hábitos de vida mais saudáveis, atividade física, dormir bem, enfim, qualquer medida visando qualidade de vida, são úteis na prevenção. Tabagismo e bebida alcoólica nem se fala!
A prevenção depende do local e da área atingidos?
Quando se menciona a prevenção de tipos específicos, sim, o local determina algumas formas de cuidados e exames a serem realizados. Por exemplo, a mamografia, para câncer de mama; o exame preventivo ginecológico, o papanicolau, para o câncer de colo uterino; a inspeção visual, nos casos de tumores de pele; exames de imagem, para o câncer de pulmão. Enfim, para todos que possuem alguém na família é importante consultar e direcionar os cuidados individualmente.
Quais os cânceres mais comuns?
Câncer de pele é o mais frequente, mas excluindo-se esses, temos o câncer de mama, como líder nas mulheres, e o de próstata nos homens, seguidos de perto pelo câncer de pulmão, depois vem o câncer de intestino, estômago e uma série de outros não menos importantes.
Quais são os mais fatais?
Todos eles são passiveis de tratamento e cura se forem precocemente identificados; no entanto, podem ser fatais, não gosto muito dessa palavra, mas, se forem tardiamente diagnosticados, todos podem ser assim considerados. Mas, certamente, neste sentido, o câncer de pulmão é um dos piores na atualidade.
Quais os tipos de tratamento?
Os tratamentos em oncologia englobam em algum momento e dependendo do tipo de tumor: quimioterapia, radioterapia e cirurgia. Dentro das quimioterapias, temos as drogas citóxicas clássicas e outras novas modalidades, como as imunoterapias, que são anticorpos monoclinais, bloqueadores de vias celulares específicas. Então temos uma variedade de drogas novas, algumas são até tomadas em forma de comprimidos. Já o mapeamento genético tem como objetivo identificar características dos tumores que nos ajudam a escolher essas medicações.
É possível traçar um panorama do câncer em Francisco Beltrão e na região Sudoeste?
Nós temos aqui em Beltrão e na região uma distribuição de casos semelhantes aos países desenvolvidos, com padrão similar. Mama, próstata, pulmão e cólon são os mais frequentes. Podemos verificar um aumento progressivo de casos com o aumento e envelhecimento da população, algo esperado. Temos uma boa capacidade de identificação de câncer feminino, pois nossa rede de saúde é eficaz; mesmo que as críticas surjam, nossas cidades conseguem fazer um bom trabalho. No entanto, precisamos melhorar e agilizar acesso dos pacientes ao serviços de saúde terceirizados, temos consciência que precisamos melhorar, por exemplo, nos casos de câncer de pulmão e intestino, pois ainda recebemos os pacientes tardiamente.
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