Projeto pretende realizar o rastreamento deste câncer em pacientes atendidos pelo Hospital de Câncer de Beltrão
O câncer colorretal ocupa o segundo lugar em frequência na região Sudoeste, excluindo-se o câncer de pele, mama e próstata, como explica dr. Daniel Rech, oncologista. “Ele ocupa uma posição preocupante nas nossas estatísticas, muitas vezes negligenciado ou esquecido. Por conta disso, iniciamos em 2018 um projeto de acompanhamento e rastreamento através do Hospital do Câncer e da Unioeste chamado: ‘Rastreamento precoce do câncer colorretal e investigação de síndromes genéticas familiares em pacientes atendidos no Hospital de Câncer de Francisco Beltrão’.”
Neste projeto, pretende-se realizar o rastreamento de câncer colorretal em pacientes atendidos pelo Hospital de Câncer de Francisco Beltrão, que presta serviço ao SUS, a todos os casos abrangidos pela 8ª Regional de Saúde do Paraná. Serão incluídos pacientes encaminhados pelos 27 municípios da Regional, para realização de colonoscopia e exames, com o objetivo de rastreamento precoce da doença.
Prevenção
De acordo com dr. Daniel, excluindo-se os casos de pessoas com forte histórico familiar, com padrão de herança genética, bastante comum na nossa região pelo padrão de povoamento e influência dos tropeiros, esse tipo de tumor é bastante relacionado aos hábitos de vida e alimentação.
“No padrão de herança genética, o risco já existe e será através de exames rotineiros e consultas que poderemos ajudar na prevenção, mas felizmente esses são a minoria. Algumas doenças inflamatórias intestinais também estão relacionadas ao maior risco.
Há uma ligação ao consumo de carnes vermelhas em excesso, alimentos industrializados, excesso de gordura corporal e os já conhecidos tabagismo e bebidas alcoólicas.” Recomenda-se adotar uma alimentação equilibrada, evitando-se alimentos processados, reduzindo carnes vermelhas e inserindo mais frutas, verduras e derivados de leite nas refeições, além de exercícios físicos para prevenir obesidade. “Veja que está muito próxima a relação de hábitos de vida saudáveis.”
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Sintomas e tratamentos
Dr. Daniel alerta que nem sempre os sintomas estão presentes, por isso é importante ficar atento aos fatores de risco e à história familiar para fazer os exames para a detecção precoce. Alguns dos sintomas mais comuns são o sangramento nas fezes, alterações de hábito intestinal e no formato das fezes, fraqueza, anemia, perda de peso sem motivo aparente e desconforto ou dor abdominal.
“O conjunto de sintomas pode ser bastante discreto, ou bem gritante, dependendo da fase.”O principal tratamento é o cirúrgico; retirar o segmento de intestino acometido pelo tumor é a principal etapa. “Uma boa parte dos pacientes recebe quimioterapia após a cirurgia, mas não é tão intensa e forte como a maioria pensa, muitas vezes nem cai cabelo, e é bem segura atualmente. Para situações em que o tumor está mais próximo do reto, a porção final do intestino, podemos associar a radioterapia, disponibilizada aqui na cidade mesmo.”
