Neste período, foram visitados 4.400 adultos, 670 crianças e 613 gestantes e recém-nascidos internados no Hospital São Francisco e UPA.

A boa colheita. José Carlos Kniphoff, presidente da Semeando Sorrisos, comenta que a Associação Semeando Sorrisos surgiu em 2013, na gestão do prefeito Antonio Cantelmo Neto, junto com o Sindicato dos Servidores, Rotary Club Industrial e 7ª Igreja Quadrangular. “Começamos a fazer cursos de formação de palhaço dentro da Igreja Quadrangular.”
Em oito anos de fundação, cerca de 300 pessoas já passaram pela entidade, que conta hoje com 22 membros atuantes nos hospitais de Beltrão. Segundo Kniphoff, o intuito é o tratamento lúdico de pacientes nos hospitais, com espelhamento dos Doutores da Alegria, de São Paulo, que é um grupo que surgiu nos Estados Unidos. “Objetivo principal é a terapia da alegria dentro dos hospitais. Pelo Semeando Alegria, temos um grupo de palhaços, um grupo de contadores de histórias e um grupo de violeiros. Eles fazem um trabalho no Hospital Regional, São Francisco, Atendimento 18 Horas e UPA.”
Por conta da pandemia, as atividades tiveram que ser interrompidas. Até março de 2020, nos domingos, às 8h, havia duas equipes que se dividiam e faziam quatro horas no São Francisco e no Regional; nas quintas-feiras à noite era na UPA e no 18 Horas; e nas quartas-feiras à noite, no São Francisco. “Fomos comunicados no início da pandemia, desde março de 2020, que, devido aos riscos, deveríamos parar.
Fizemos algumas atividades no final do ano e em algumas datas comemorativas do lado de fora dos hospitais, no Regional, São Francisco e Samu, com músicas e brincadeiras, para que os pacientes assistissem pela janela.”
Todos os participantes são voluntários e contam com a colaboração do Rotary Club Industrial. Ele acrescenta que a associação tem o reconhecimento da Câmara de Vereadores como entidade filantrópica sem fins lucrativos, com CNPJ, então pode fazer pedidos legalmente para a Receita e órgãos públicos.
Voluntários são os que mais “recebem”
Kniphoff destaca: “Para mim é uma questão de solidariedade. Temos no grupo pessoas que estavam em depressão e se curaram por conta das atividades, porque às vezes a gente chega no hospital deprimido e encontra pessoas com traumas muito maiores do que os nossos. Teve uma vez uma criança que estava nos últimos dias de vida e o médico pediu pra que a gente fosse fazer uma atividade e eu fiquei uma hora e 40 minutos distraindo esta criança, que logo veio a óbito”.
São muitas as histórias marcantes. Outro exemplo é de uma senhora que ficou 90 dias internada em estado grave e ganhou um palhacinho de lembrança dos integrantes do Semeando Sorrisos. “Ela pediu para ser enterrada com o palhacinho. A família agradeceu por termos feito parte da história de vida desta senhora. Faz oito anos que eu participo e digo que já tive várias atividades na minha vida, na política, sindicato, como servidor público e engenheiro civil, mas uma atividade que eu nunca vou largar na minha vida é a de palhaço.” Sua esposa Telma Regina e as filhas Bruna e Maria Gabriela também são palhaços da Semeando Sorrisos.
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Ricardo Pilger, vendedor do JdeB, que também atuou como palhaço, garante: “Em vez de ajudar, a gente que saía restaurado. A nossa maior alegria é presenciar o sorriso dos pacientes”. Ele também lamenta a pandemia, que interrompeu as atividades.
Telma Regina Stanski Kniphoff acha difícil explicar em palavras, mas garante que o trabalho voluntário faz muito bem. “Eu me realizo; colocar um sorriso no rosto das crianças e dos adultos em momentos que eles estão em uma cama de hospital faz a gente se sentir com o coração leve. Nas campanhas de vacinação, as crianças não choram, porque vão ganhar uma maquiagem. Chega cortar o coração vê-los segurando o choro, mas acabam saindo felizes, com o rostinho maquiado, e a gente mais feliz ainda”. Telma e sua equipe produzem um brinquedinho para enfeitar o soro das crianças internadas, para amenizar o impacto do ambiente hospitalar.
Mais ações
Em 1º de abril de 2015, lançaram a campanha de doação da medula óssea.
Em 13 de julho de 2015, receberam moção de aplausos da Câmara de Vereadores, proposta pelo vereador Cleber Fontana.
Em 19 de outubro de 2016, foram declarados de utilidade pública pelo prefeito Antonio Cantelmo Neto, proposto pelo vereador Alfonso Bruzamarello.