Pode ser até que ao longo da Copa, os resultados tenham o poder de reacender o interesse pelo escrete canarinho. Mas por enquanto vejo poucos sinais de que isso possa acontecer.
A seleção brasileira de futebol, comandada por Tite, conseguiu um feito memorável, nunca alcançado antes nem mesmo pelas melhores equipes já formadas no País: passou pelas eliminatórias sem perder um jogo sequer. Mesmo assim, não se vê empolgação pela equipe que vai representar o País no mundial do Catar, no mês de novembro. O fato é que vivemos umas das maiores descrenças em relação ao nosso selecionado.
Muita gente, como eu, não assistiu a muitos jogos das eliminatórias e não se empolga nem um pouco. Lembro de outras edições do mundial, quando esperávamos ansiosamente pela competição e procurávamos buscar todas as informações a respeito da equipe. Agora a situação é bem diferente, há um morno interesse em torno do assunto.
Outro termômetro é pedir para alguém enumerar os principais jogadores que integram o selecionado. Poucos conseguirão relacionar mais de seis craques, o que talvez seja compreensível porque hoje a seleção é formada quase que exclusivamente por atletas que se projetaram em equipes estrangeiras. Alguns nunca jogaram em equipes do Brasil; foram ainda meninos para o exterior.
Para grande parte do público que não tem acesso às competições internacionais, normalmente mostradas em canais por assinatura, tais jogadores são ilustres desconhecidos. E tem ainda o fator Neymar, possivelmente o ídolo mais rejeitado pela torcida. Suas atitudes em campo e fora dele não contribuem em nada para que a antipatia diminua.
Talvez o sentimento dominante seja de que ele não nos representa, ao contrário de ídolos do passado, que embora polêmicos, como Romário, eram amados pelo público. Talvez, ao longo da Copa, os resultados tenham o poder de reacender o interesse pelo escrete canarinho. Mas por enquanto vejo poucos sinais de que isso possa acontecer.