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Francisco Beltrão
quarta-feira, 28 de maio de 2025

Edição 8.214

29/05/2025

Tudo parece tão fácil

Então vai ser assim: elege-se um novo presidente da República e, dia 2 de janeiro de 2023, o país começará a se transformar no paraíso. O combustível vai baixar, o gás de cozinha cairá pela metade e a inflação desaparecerá em questão de semanas. Num passe de mágica, tudo ficará melhor: o salário mínimo será duplicado e a carne ficará tão barata que haverá churrasco na hora em que a gente quiser.

É o que os candidatos tentam colocar na nossa cabeça. Basta trocar o morador do Palácio do Planalto e tudo muda. Como se as coisas fossem tão simples, como se tudo pudesse ser mudado com tamanha facilidade. Ouvindo algumas conversas por aí, dá a impressão de que um novo presidente terá poder para acabar até com a guerra entre Rússia e Ucrânia. Além disso, as colheitas serão abundantes e as chuvas virão na medida certa para as lavouras. E o País entrará numa onda de felicidade como nunca se viu.

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É claro que exagerei um bocado, mas é por acreditar em promessas estapafúrdias que a gente vota errado. Por esses dias, num almoço de família, faltou pouco para as pessoas saírem no tapa exatamente porque alguém teimava com o argumento que tudo vai mudar em 1º de janeiro com a simples troca de presidente. É bom olhar para a Argentina; os atuais governantes prometeram instaurar a felicidade geral e irrestrita e hoje o país está mergulhado numa crise que aumenta a cada dia.

Os problemas de uma Nação não dependem apenas da boa vontade do presidente para serem resolvidos. São tantos fatores e implicações, e muita coisa tem relação direta com o cenário mundial. Um presidente pode ser mais humano ou um troglodita, mas independente de suas decisões, a situação do País estará na mão de muito mais gente, incluindo o Congresso e o Judiciário, que normalmente não colocam os interesses do povo em primeiro lugar.

Não custa lembrar que sem acertos com os deputados e senadores, ninguém consegue governar. Aí estão os mensalões da vida pra comprovar. Quem pensou que tinha poder ilimitado, se quebrou. Fernando Collor e Dilma Rousseff, que o digam. Se as pessoas querem mudar, têm todo o direito de fazê-lo.

Mas, por favor, não esperem que tudo ficará incomparavelmente melhor de uma dia para outro, porque isso é uma ilusão sem sentido. A decepção pode chegar antes do que se pensa. Quando as promessas são exageradas, as chances de frustração são ainda maiores.

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