Volta e meia volta a se falar na reabertura da Estrada do Colono, um trecho de 16 quilômetros dentro do Parque Nacional do Iguaçu. Há um forte movimento no País, contrário à viabilização da estrada, fechada pela justiça, depois de servir por cerca de 50 anos, de ligação entre as regiões Oeste e Sudoeste do Paraná. Quem lê as manifestações de ecologistas, percebe que boa parte deles não conhece a realidade ou faz de contas de que não. Primeiro, não está sendo aberta uma estrada nova, e sim resgatando um caminho histórico, utilizado desde antes da colonização da região. Durante o seu funcionamento, o parque não foi destruído. Nesse assunto, fica escancarada a hipocrisia dos ambientalistas, o que pode ser comprovado com uma simples visita às Cataratas do Iguaçu. Ali circulam milhares de pessoas todos os meses. Se o que está em jogo é a preservação do meio-ambiente, então que seja imediatamente desativado o aeroporto internacional de Foz do Iguaçu, praticamente dentro do parque. E que os ecologistas passem a defender o fechamento de um hotel de luxo, que funciona de frente para a famosa paisagem das quedas de águas. Ele está tão incrustado no parque como a Estrada do Colono. Porque ele pode estar ali e a estrada não? Há operação de helicópteros e barcos com finalidade turística totalmente liberada. E os ecologistas não se manifestam contra eles. Não é estranho isso? E o caminho que leva às cataratas também não pode mais funcionar, ali circulam ônibus o dia inteiro, movidos a óleo diesel, em movimento possivelmente mais intenso que o que teria a Estrada do Colono. Porque em Foz do Iguaçu pode funcionar um aeroporto internacional, visitação ostensiva, hotel e uma rodovia dentro do parque? Demonizam a Estrada do Colono, mesmo que seu funcionamento seja liberado mediante o atendimento a preceitos de preservação, ao passo que em Foz, há trânsito de ônibus o dia inteiro, helicópteros barulhentos sobrevoam o parque e grandes aviões a jato decolam e pousam dia e noite, com um barulho ensurdecedor. Tudo isso não tem impacto ambiental? Ora, vamos deixar essa hipocrisia de lado e tratar de reabrir um caminho que é fundamental para o desenvolvimento e a circulação de pessoas que ajudaram a preservar o parque ao longo de décadas. Quem tem dúvidas sobre o assunto, que passe para o lado argentino, onde há uma rodovia e outro aeroporto internacional em meio à mata. E nem por isso o parque está sendo devastado.