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Francisco Beltrão
quarta-feira, 28 de maio de 2025

Edição 8.214

29/05/2025

Miopia pode predispor crianças à depressão

Queda no desempenho escolar, dificuldade na prática de atividades físicas e isolamento são os gatilhos. Foto: Pixabay.

Da assessoria – Meta-análise de 36 estudos recentemente publicada na revista Ophthalmology indica que entre os problemas de visão mais frequentes na infância, a miopia sem correção é a que tem maior impacto no desenvolvimento de depressão e ansiedade.

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Para os pesquisadores estes dois distúrbios têm como gatilhos a queda no desempenho escolar, dificuldade na prática de atividades físicas e o isolamento imposto pela dificuldade de enxergar à distância que caracterizam a miopia. A pesquisa também mostra que a correção cirúrgica do estrabismo, bem menos frequente que a miopia, melhora a autoestima.

Por isso, diminui a depressão e a ansiedade que aumentaram mais de 25% no mundo durante a pandemia, de acordo com o novo Relatório de Saúde Mental divulgado pela OMS (Organização Mundial da Saúde). Em poucas palavras, corpo e mente trabalham sincronizados.

Nova Academia no Brasil

Segundo o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, presidente do Instituto Penido Burnier de Campinas e membro da ABRACMO (Academia Brasileira de Controle da Miopia e Ortoceratologia) instituição recém-criada com o objetivo de desenvolver pesquisas sobre miopia, no Brasil mais da metade das crianças nunca foi ao oftalmologista.

“Nós da ABRACMO estamos trabalhando para criar a cultura de prevenção, mas sabemos que isso não acontece do dia para a noite.”

Crianças raramente reclamam que estão com dificuldade de enxergar porque não têm parâmetros do que é uma visão límpida, salienta. Resultado: com a diminuição da pandemia muitas estão chegando ao consultório com diagnóstico de TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade) e até autismo por já estarem com miopia moderada que dificulta a interação com o meio ambiente. Outras trazem uma carta do professor que suspeita de alguma alteração na visão por aproximarem muito o rosto do caderno ou livro.

Fatores de risco

O oftalmologista afirma que dezenas de variantes genéticas estão associadas à miopia. Por isso, quando o pai e a mãe são míopes o risco de miopia é três vezes maior. Mas hoje o imperativo é a mudança no estilo de vida. 

“Na pandemia, o isolamento, a falta de exposição ao sol que estimula células da retina a produzirem dopamina, hormônio que regula o crescimento do olho maior na miopia e a exposição prolongada às telas digitais, em um período que os companheiros foram o celular e o computador, também contribuíram com o incremento de 40% da miopia infantil.”

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