O Brasil fez a lição de casa em tempo, combatendo os perigos da inflação, com a elevação da taxa básica de juros.
A economia como um todo também vive de ciclos de crises. A cada dez anos em média uma grande crise estremece as economias mundiais, e isso é histórico. Algumas têm ciclos maiores, outras menores, mas, em geral, é líquido e certo que elas irão chacoalhar o mundo de tempos em tempos.
A penúltima grande crise, foi a mobiliária americana, em 2009. Aquela da célebre frase do então presidente de voz rouca, vasta pelagem facial e grande apreciador de destilados, que disse: “Essa crise no Brasil não passou de uma marolinha”. Vã análise, que Deus o perdoe! Agora mais recentemente veio a crise sanitária do corona e ela quase destruiu a economia mundial. Países empobreceram, nações foram avassaladas e ainda hoje países menos desprovidos sofrem os efeitos, especialmente das medidas restritivas como o lockdown, fechamento de fronteiras, de empresas e de liberdade. Essa situação surgiu há dois anos, e ainda não está sanada.
Muitas economias sofrem o pós-efeito da crise sanitária e suas economias, a duras penas, tentam se reerguer, tarefa nada fácil! Como se não bastasse, a guerra Rússia-Ucrânia que, ao que parece, está longe de acabar. Foi o que restava para que as economias mundiais sofressem especialmente com inflações galopantes e que destroem o poder de compra, especialmente dos consumidores. E isso é pelo mundo todo. Nesse quesito é que remeto ao título da matéria desta semana: afinal em poucas semanas a Europa entra no seu inverno, e países como Alemanha, França, Itália e Inglaterra já traçam medidas que possam permitir que os países possam passar o inverno com menos desgaste possível.
Na França por exemplo, já falta combustível nas bombas. Na Alemanha e na Itália, o abastecimento de gás está restrito, e a indústria local já reduz a sua atividade produtiva. Sem falar nos lares europeus, que dependem do gás russo para seu aquecimento. Esse é o preço que se paga por apoiar as medidas de boicotes aos produtos russos. Esqueceram que também são dependentes, especialmente da energia e do gás dos czares. Quem sofre com isso é a população, e consequentemente a economia.
O que nos preocupa, de lado a lado, é que por estarmos em pleno período eleitoral no Brasil, não espere, caro leitor, que, indiferentemente de quem ganhe as eleições, terá vida fácil. Afinal, estamos apenas no início de períodos ainda difíceis no aspecto econômico. Um alento é o fato de o Brasil ter feito a lição de casa em tempo, combatendo os perigos da inflação, com a elevação da taxa básica de juros, e garantindo o abastecimento de insumos para o nosso agronegócio.
Ninguém gosta de pagar mais caro pelo dinheiro, mas esse remédio amargo era necessário. Prova disso é justamente a Europa, que demorou a perceber a necessidade de tais medidas, e hoje a inflação, por lá, e pela América do Norte, incrivelmente está bem maior que a inflação por aqui. Por fim, é fato: enquanto essa guerra não acabar, não temos boas perspectivas no curto prazo.