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Francisco Beltrão
quinta-feira, 29 de maio de 2025

Edição 8.214

29/05/2025

O que ficará na memória

Nada fica do que vivemos senão as lembranças, principalmente as boas. Um artigo que li no final de semana recomenda que devemos nos esforçar para construir boas memórias. Esse é o caminho, procurar criar momentos positivos, ao lado de pessoas que amamos, que se tornarão agradáveis lembranças. Não há sentido desperdiçar o tempo em ambientes que não nos fazem bem.

Mil vezes melhor, livrar-se de pessoas negativas do que permanecer em empregos de ambiente carregado. Infelizmente muitas pessoas vão ficando com o coração endurecido à medida que os anos passam, quando deveria ser o contrário. Deveríamos nos despojar de sentimentos ruins, ter coragem para mostrar afeto, falar “eu te amo”, aceitar desculpas de quem nos ofendeu e ter humildade para pedir perdão quando fizermos alguém sofrer.

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Normalmente, ao lembrar do passado, não recordamos a rotina de trabalho e dificuldades. O que fica em nossa memória são os momentos marcantes. Se pedirmos para alguém contar como foi a quinta-feira da semana passada, se foi um dia normal, é bem possível que ela não lembre o que aconteceu. Mas se nesse dia a pessoa recebeu uma grande manifestação de afeto, um buquê de flores, uma declaração de amor, certamente ela recordará com riqueza de detalhes. É um mecanismo de nosso cérebro para não saturar de recordações, de forma automática ele separa o que deve ou não ser lembrado a longo prazo.

Em minha vida, após um período de grandes dificuldades, criei o hábito de comemorar todos os acontecimentos bons. Meus filhos eram adolescentes e achavam engraçado quando chegavam em casa e contavam alguma boa notícia, imediatamente eu comentava: “precisamos comemorar”. E isso já era motivo para um jantar especial ou um brinde que fosse. Até hoje mantenho esse hábito, qualquer conquista, por pequena que seja, merece ser festejada.

Quando chegarmos à velhice e a solidão se tornar uma companhia frequente – até porque nem sempre haverá gente à nossa volta disposta a aturar um idoso – as nossas memórias é que nos alimentarão. Talvez isso explique porque alguns idosos são serenos e outros completamente amargos. Uns estão em paz com o passado; outros não. Por isso, devemos fazer com que o dinheiro nos proporcione coisas boas, momentos agradáveis, viagens inesquecíveis. A conta bancária passa a ser irrelevante quando a pessoa fica sem mobilidade, perde a memória ou entra em depressão. Precisamos criar e viver momentos que valham a pena ser recordados. Em boa parte dos casos nem é preciso dinheiro para que isso seja feito.

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