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Francisco Beltrão
quinta-feira, 29 de maio de 2025

Edição 8.214

29/05/2025

A falta de bebês, um drama italiano

O governo tenta implementar medidas de incentivo aos casais. Um deles é o auxílio de cerca de 189 euros por filho, o que corresponde a mais de mil reais.

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Na Itália acendeu o sinal vermelho para a questão populacional. O déficit entre o número de mortes e o de nascimentos não para de crescer. No ano passado, passou dos 300 mil, o que levou até o papa Francisco, em uma conferência sobre população, com a primeira-ministra Giorgia Meloni a pedir que os casais italianos tenham mais bebês. Além do risco concreto da redução populacional, a questão pode ter graves implicações, levando a previdência social ao colapso.

Vários países convivem com essa realidade. No Japão, recente levantamento mostrou que há 8 milhões de moradias vazias, resultantes da redução populacional. O pontífice criticou a opção dos jovens italianos por adotar um animal ao invés de ter um herdeiro. Francisco declarou que a baixa taxa de nascimentos é uma demonstração de falta de esperança no futuro.

Na visão do líder católico, “o inverno demográfico”, com nascimentos em número menor que o de mortes, deve-se às opções “egoístas” de jovens casais e coloca em risco o futuro econômico do país. A ministra Meloni considera a situação muito grave e afirma tratar-se de emergência nacional e que a solução do problema passa a ser uma prioridade. Em 2022, a Itália registrou o menor número de nascimentos da história, apenas 393 mil, confirmando uma tendência que vem se repetindo nos últimos anos.

Na comparação com o número de mortes, o déficit foi 320 mil pessoas. Uma questão espinhosa é o elevado número de imigrantes que entra no país e ameaça modificar radicalmente o perfil da população em poucos anos. A continuar nesse ritmo, nos próximos 50 anos, a Itália pode ter uma redução de 11 milhões de habitantes. Outro agravante é o envelhecimento da população; já são 22 mil italianos com mais de 100 anos.

O governo tenta implementar medidas de incentivo aos casais. Um deles é o auxílio de cerca de 189 euros por filho, o que corresponde a mais de mil reais. Mas o grande problema é que as mulheres não conseguem conciliar maternidade com o trabalho, e para isso não há solução à vista. A realidade que a Itália enfrenta hoje, em pouco tempo atingirá outros países, entre os quais o Brasil.

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