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Francisco Beltrão
quinta-feira, 29 de maio de 2025

Edição 8.214

29/05/2025

Oportunidades desperdiçadas

Nem sempre é possível evitar situações desagradáveis. Não gosto de velórios, mas vez por outra precisamos comparecer à despedida de alguém da família ou de nosso círculo de amizades. Cada um desses eventos tem sua peculiaridade: uns são tranquilos, diria até esperados, quando se trata de pessoas idosas ou enfermas de longa data. Mas há aqueles que trazem uma marca de tragédia, quando envolvem mortes inesperadas e, mais ainda, de jovens.

Num dos velórios em que participei, alguém comentou que havia convidado os parentes para uma festa no início do mês. A maioria alegou compromissos os mais variados para não comparecer. “Olha, agora estão todos aí, uns vindos de muito longe.” É uma situação que se repete em todas as famílias. Por vezes, tenta-se organizar uma festa e é quase impossível reunir todos os convidados. Alguém achará uma desculpa para não comparecer. Em contrapartida, se morre alguém, dá-se um jeito. As pessoas pegam a estrada, mesmo de madrugada, sob chuva e neblina. Estranho isso. Deveríamos valorizar a vida e as oportunidades de celebrá-la.

Uma festa é sempre um encontro do qual não deveríamos perder a ocasião de participar. É uma situação de alegria e comemoração, vamos encontrar familiares que não vemos há muito tempo e enfim poderemos abraçá-los. Há pessoas que se recusam a participar de festas, mas não perdem velórios, o que é um contrassenso completo.

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Como estamos no final do ano, lembro de um belo comercial da televisão alemã que mostra um idoso tentando reunir os filhos para uma celebração de Natal. Um após o outro, respondem ao pai que não poderão ir por este ou aquele motivo. Então ele muda a estratégia e pede que alguém avise os filhos que ele acabou de falecer. Tão logo sabem da notícia, os filhos cancelam tudo o que estavam fazendo e dão um jeito de ver o pai pela última vez. Ao chegar em sua casa, são surpreendidos pelo ambiente todo decorado, uma bela ceia de Natal, música e alegria. E o velhinho, meio que pedindo desculpas, se justifica: “Foi o único jeito de fazer vocês virem me visitar”. Triste, mas infelizmente é assim que as coisas funcionam.

Compensação

Já que tivemos uma primavera com temperaturas de verão, bem que o verão podia vir com dias mais amenos, como se fosse primavera.

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