Dias atrás estive em Bom Jesus do Sul, pequeno município ao lado de Barracão, fazia tempo que não ia por lá. Fiquei impressionado com a sede municipal, rua coberta, parque, um moderno prédio para a prefeitura e a câmara municipal. Na chegada ao par do asfalto, um cartaz lembrando os visitantes que Bom Jesus do Sul está em primeiro lugar em educação entre os 399 municípios do estado.
Esta realização tem a ver com a implementação do ensino integral e implica em melhoria significativa no IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) municipal. Possui estradas asfaltadas para os quatro cantos do município e, para completar, deverá entrar em funcionamento na metade do ano, um laticínio que implicou em investimento de 20 milhões de reais por parte de empresários da microrregião.
A atividade leiteira é predominante, tendo a já histórica cooperativa Farbom se tornado uma marca bem posicionada no mercado. A soja apenas recentemente passou a ser relevante e, atualmente, o número de tratores no município cresceu muito nos últimos anos. Mas, de modo geral, sua agricultura ainda é formada por pequenos agricultores apegados à tradição e a métodos rudimentares de produção, contrastando com a modernidade da sede do município e os bons índices de desenvolvimento humano conquistados.
É uma situação muito particular politicamente, pois o mesmo grupo político comanda o município desde a sua fundação, de modo que se iniciou neste ano já a oitava gestão nas mãos do mesmo grupo. Tal hegemonia política se explica, claro, pelas realizações na saúde, educação e as transformações na infraestrutura municipal.
Torço para que agora o interior evolua fortemente na produção leiteira, minimizando a concentração da produção. Claro que, mesmo assim, precisaria aumentar o número de confinamentos leiteiros que, surpreendentemente, só tem um. Se existissem 10 confinamentos de 5000 litros/dia, já ficaria assegurada a metade da produção de leite necessária ao novo laticínio.
Seria também importante implementar um forte e constante serviço de assistência técnica para 150 produtores de leite à base de pasto e impulsionar queijarias para a produção de queijos especiais, em particular aqueles com olhaduras suíças (grandes) provocadas pela bactéria Propionobacter. Assim, o município se destacaria também por esta razão como a Suíça do Sudoeste.
Bons e variados queijos de alta qualidade, que fizessem parte da cultura local, certamente valorizariam também os lácteos da grande indústria a ser inaugurada. Sem dúvida, nada como a produção leiteira para intensificar a produção em propriedades de menor porte, construindo relações sólidas de vizinhança e de articulação da cadeia produtiva como um todo.
Que o Bom Jesus ainda nos traga muita Graça!