Atendimentos na UPA passam dos 600 por dia, com espera de mais de 2h. Secretária de Saúde alerta para importância da vacinação e medidas preventivas.

Francisco Beltrão enfrenta alta nos casos de síndromes respiratórias que tem sobrecarregado os atendimentos de urgência e emergência da Saúde. De acordo com a Secretaria de Saúde, a principal causa até o momento é a maior circulação dos vírus Influenza A e B.
Segundo Cíntia Ramos, secretária de Saúde, a média de atendimentos na UPA tem sido de 600 por dia, o que tem gerado um tempo de espera de até 2h30. No 18 Horas, localizado no Centro de Saúde Cidade Norte, também há sobrecarga, especialmente no atendimento pediátrico. O reflexo é sentido também no novo Hospital Geral Intermunicipal, que está com taxa de ocupação de 130% nos leitos destinados à pediatria.
Cíntia explica que o aumento já vinha sendo notado desde a semana passada e reforça que a Saúde mobilizou equipes para dar conta da alta demanda. Tanto na UPA quanto no 18 Horas houve aumento na equipe médica e na equipe multiprofissional.
Vacinas disponíveis para todas as faixas etárias
Cíntia também faz um apelo à população para que recebam a vacina, especialmente entre os grupos prioritários: crianças pequenas, idosos, gestantes, pessoas com comorbidades e trabalhadores da saúde. “Não hesite, procure fazer a vacinação da influenza e a vacinação da COVID. A vacinação da gripe já está disponível desde semana passada para toda a população, a partir de seis meses de vida. A vacinação é eficaz, é segura e está de forma gratuita, disposta em todos os postos de saúde.”
Orientações para prevenir a gripe
Entre as orientações preventivas, estão manter os ambientes bem ventilados, evitar aglomerações, reforçar a higiene das mãos e usar máscara em caso de sintomas gripais.
“A doença respiratória é um problema que está atingindo todo o Sul do Brasil. Estamos vendo superlotação também no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina”, alerta a secretária.
No Paraná, maior crescimento de casos foi registrado em crianças
Dados do Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (SIVEP-Gripe) apontam um aumento dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag) entre crianças no Paraná em 2025. A nota de alerta foi divulgada na sexta-feira, 16. O levantamento, entre 29 de dezembro de 2024 e 10 de maio de 2025, mostra que foram notificados 3.601 casos em crianças menores de 12 anos — um aumento de 18,5% em comparação ao mesmo período de 2024, quando foram registrados 3.039 casos.
O maior crescimento foi observado na faixa etária de 5 a 11 anos, com aumento de 32,9% no número de casos, passando de 591 em 2024 para 786 neste ano. A faixa de 1 a 4 anos também apresentou alta, saltando de 1.170 para 1.379 casos.
O número de óbitos entre crianças pequenas também cresceu. Na faixa de 1 a 4 anos, foram 11 mortes por Srag em 2025, um aumento de 175% em relação ao mesmo período do ano passado, que teve quatro registros. Entre bebês com menos de um ano, houve uma ligeira redução, de 10 para 9 óbitos.
Embora a maior parte das mortes ainda ocorra entre idosos — especialmente acima dos 60 anos —, os números apontam para uma tendência de agravamento entre o público infantil. No total, o Paraná já soma 7.282 casos e 339 óbitos por Srag até a 19ª semana epidemiológica de 2025.

Cobertura vacinal abaixo da expectativa
Em 2024, a cobertura vacinal no Paraná para a Influenza no grupo prioritário de gestantes, mulheres em período pós-parto, crianças e idosos atingiu apenas 59%. A meta de imunização da Saúde do Estado é de 90% desses grupos.
Já em relação à vacina contra a COVID-19, o Paraná atingiu a meta de vacinação de 90% para a população acima de 12 anos de idade, mas ficou abaixo para a população de 6 meses a 11 anos. Em crianças de 6 meses a 2 anos, a cobertura foi de apenas 43,7% para a primeira dose e 16,2% para a segunda dose. Para crianças de 3 a 4 anos, a cobertura vacinal atingiu apenas 36,1% para a primeira dose e 17,6% para a segunda dose.