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Francisco Beltrão
quinta-feira, 29 de maio de 2025

Edição 8.214

29/05/2025

Rota bioceânica: Dionísio Cerqueira mais importante que Foz do Iguaçu

Francisco Beltrão está bem posicionada na rota bioceânica 4 (no total são 5) porque está perto de Dionísio Cerqueira que, ao que tudo indica, deverá crescer muito à medida que o comércio com a Ásia aumentar através do recém-inaugurado porto de Chancay no Peru e que fica a 4.000 km de Francisco Beltrão. Sim, fica ainda distante, mas acontece que até o norte do Chile são 2.500 km e de lá o transporte se faz por via marítima até Chancay. Ocorre que o leste asiático abre um impressionante comércio para os nossos produtos, assim como por Dionísio Cerqueira deverão entrar muitas mercadorias da China para Santa Catarina, um estado que se industrializa rapidamente.

Os portos brasileiros sobre o Atlântico estão operando no limite e inclusive as empresas brasileiras gastam bilhões por conta da fila que faz com que os navios percam dias para embarcar. O Canal de Panamá também está cada vez mais complicado. Então não é apenas a redução em até 15 dias de viagem marítima que irá impulsionar a nossa saída pelo Pacífico, mas inclusive a redução de muitos outros inconvenientes. O megaporto de águas profundas, de quase 18 metros, pode carregar grandes embarcações com capacidade para até 24.000 containers. Então a logística brasileira já está mudando de sentido e lugares, como o Acre por exemplo, cuja cidade fronteiriça de Brasileia está a 2.500 km de Chancay, já exporta carne por esse grande porto.

Dionísio Cerqueira está em situação até melhor que Foz de Iguaçu porque as mercadorias não precisam passar por mais uma fronteira, elas já entram diretamente na Argentina. Dionísio Cerqueira já dobrou de movimento, em números de caminhões no último ano, e isto apenas por conta do Mercosul. Quando a rota asiática se firmar, o movimento irá se multiplicar muitas vezes e por isso o valor dos terrenos, em Dionísio Cerqueira, já cresceu muito nos últimos anos. Pois bem, mas claro que como o transporte por via terrestre e muitas vezes mais caro que pela via marítima, este nosso comércio pelo pacífico deverá se dar com mercadorias com mais valor agregado.

Não pode ser um comércio de grãos, mas sim de mercadorias que custem por quilo pelo menos 7 ou 8 reais. A China tem muitos alimentos de mais valor para comprar de nos, por exemplo, peptídeos de colágeno que começam a ser produzidos em Beltrão a partir de escamas de peixe e que serve à indústria farmacêutica e de beleza, também a whein protein, obtida do soro de leite, que também Beltrão irá produzir, e até pinhão os chineses andam comprando e pagando R$ 19 o quilo. Muitos negócios da China poderemos fazer… mas precisamos ficar mais espertos, como os chineses!

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