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Francisco Beltrão
sábado, 07 de junho de 2025

Edição 8.221

07/06/2025

‘Foi um grupo muito pequeno que fez insultos racistas contra Vini Jr’

No último final de semana, eu assisti ao documentário “Baila, Vini”, do Vini Jr, melhor jogador do mundo da Fifa em 2024, e teve uma frase que não saiu da minha cabeça um minuto sequer. “Eu estava em Valência nesse dia. Estava no Mestalla e vi o que aconteceu. Foi um grupo muito pequeno de pessoas que fez insultos racistas contra o Vinícius”, disse o jornalista espanhol Luis Cortes. Ele estava se referindo ao jogo entre Valência e Real Madrid, em maio de 2023, que ficou parado por alguns minutos porque o brasileiro conseguiu identificar alguns torcedores que o chamaram de “mono”, que é “macaco” em espanhol. Foi um caso que ficou conhecido mundialmente, pela bravura que o brasileiro enfrentou esse crime muito comum nos estádios do Campeonato Espanhol.


Mas o que me chama mais a atenção na frase do jornalista Luis Cortes é que “foi um grupo muito pequeno de torcedores que fez insultos racistas contra o Vinícius”, como se isso atenuasse o crime de racismo daqueles torcedores. Tem vezes que eu penso que essa separação racial está tão presente na cultura espanhola que os torcedores nem percebem quando estão sendo racistas. O Brasil é mais atrasado que a Espanha em muitos aspectos, inclusive o econômico, mas com certeza somos mais evoluídos em relação ao respeito entre pretos, brancos, pardos, afinal de contas, somos fruto de uma grande miscigenação, resultado de uma mistura entre indígenas, europeus (principalmente portugueses) e africanos. Não somos um grande exemplo de convívio racial, mas somos melhores nisso que os espanhóis.


Vini Jr foi tão corajoso nessa luta contra o racismo que praticamente abriu mão de vencer também Bola de Ouro 2024, um prêmio da Uefa com a revista France Football, que foi entregue a Rodri, coincidentemente, um espanhol branco. Quero ver o que a Uefa vai fazer nos próximos anos, pois o negro Yamal, que também é espanhol e tem apenas 17 anos, está gastando a bola no Barcelona e logo vai merecer prêmios de destaque.
Mas, enfim, assista “Baila, Vini”, na Netflix, tenho certeza que você vai sentir orgulho em ser brasileiro e vai ficar com uma pontinha de esperança em relação ao futuro da Seleção Brasileira com a combinação entre Vini Jr e Carlo Ancelotti.

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