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Francisco Beltrão
segunda-feira, 02 de junho de 2025

Edição 8.217

03/06/2025

Apesar de dificuldades, presidente diz que Casa de Caridade não irá fechar

No dia 19 de abril, a entidade completa 22 anos de fundação e enfrenta um momento delicado.

Corte de cabelo de graça para mulheres carentes. 

A Associação Santa Rita de Cássia, localizada na Cidade Norte, em Francisco Beltrão, promoveu neste mês de março um dia de beleza para mulheres carentes da comunidade. Cinco mulheres cadastradas na entidade ganharam cortes de cabelo. A ação foi feita pelas cabelereiras voluntárias Rosa Vieira e Marli Sartori. Outras mulheres também procuraram a Associação para receber o corte de cabelo, por isso o projeto será desenvolvido em outras oportunidades.

No dia 19 de abril, a entidade completa 22 anos de fundação e enfrenta um momento delicado. A diretora Marli Sartori explica que a legislação cobra de ONGs (Organizações Não Governamentais) e entidades sociais a contratação de pelo menos um psicólogo e um assistente social. “Só que não temos receita para pagar. Ainda há poucos dias tivemos que demitir uma cozinheira. A lei não aceita nem mesmo trabalho voluntário, caso tivessem psicólogos e assistentes sociais dispostos a ajudar.”

Apesar das dificuldades, o presidente da Associação Santa Rita de Cássia, Anildo Krug, desmentiu na Rádio Onda Sul, nesta semana, mensagens que circularam pelas redes sociais de que a Associação Santa Rita de Cássia fecharia suas portas. “Muitas pessoas falando que iríamos parar este ano. Não temos recursos financeiros pra tocar a entidade por motivos diversos. Mudou a lei, o município não consegue mais nos ajudar, mas temos uma diretoria empenhada, muitos voluntários que ajudam na entidade, várias empresas que ajudam a mantê-la. E digo que continuem nos ajudando porque enquanto eu estiver vivo e a diretoria ativa, nunca vai fechar.”

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A Associação começou suas atividades como casa de alimentação, doando alimentos que recebia de empresas para famílias carentes. “Temos feito um trabalho árduo e talvez hoje tenhamos que mudar a maneira de trabalhar, porque quem conheceu há 22 anos o Bairro Antônio Cantelmo, na Cidade Norte, hoje sabe que é totalmente diferente. Naquela época tinha muitas pessoas que necessitavam. Hoje estamos partindo pra outro lado. O padre Fábio de Mello apontou que no mundo 363 milhões de pessoas estão com depressão e nós temos muitas pessoas aqui em Francisco Beltrão sofrendo com isso, porque muitos deixaram de amar, de se aproximar, e isso a entidade tem feito, temos resgatado muitas pessoas através do amor. Se não temos alimento pra dar, temos um abraço, não temos dinheiro pra pagar um remédio, mas temos o diálogo, o entendimento, parceiros que podem ajudar. É isso que a entidade tem feito.”

Anildo Krug presidente da Associação Santa Rita de Cássia.

 

Não há mais acolhimento
Anildo conta que a Casa ainda fornece alimentação, mas agora só quando recebe alguma doação. Outras ações sociais foram deixadas de lado em razão da falta de recursos financeiros. “Teve uma época que a gente acolheu morador de rua, mulheres vítimas de violência, adolescentes, só que esse trabalho a gente não pode mais fazer, porque não temos uma equipe técnica que seria um assistente social e um psicólogo contratado. Isso gera custo e estamos nesse impasse.”

Bazar é o que salva
O pouco dinheiro que entra, pra manutenção de despesas mensais, como água, luz, telefone, vem da venda de roupas num bazar. Marli comenta que as roupas são recebidas por meio de doação e depois vendidas a baixo custo. Tem peças com preços a partir de 1 real até 5 reais, mas a contribuição é espontânea. Paga apenas quem pode. Anildo diz que no dia 22 de maio será feito um show de prêmios, pra que no ano que vem a entidade consiga contratar um psicólogo e um assistente social.

Gruta para a santa
Conforme disse, há uma ideia de se construir uma gruta para Santa Rita de Cássia. “Muitas vezes chegamos na entidade de manhã e lá tem uma imagem na porta e as pessoas ficam ajoelhadas lá, professando sua fé. Por isso pensamos em fazer uma gruta no fundo do terreno pra que as pessoas possam exercer sua fé, rezar, agradecer à santa, a Deus.”

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