A associação sem fins lucrativos dá alimentação, apoia famílias de usuários de álcool e outras drogas e realiza demais ações sociais.

Hoje, a partir das 20h30, acontece encontro que marca os 18 anos da Associação Santa Rita de Cássia. À noite, com testemunhos e minipalestras, o evento é realizado juntamente com o Conselho de Desenvolvimento Comunitário da Cidade Norte (CDC), na sede da casa de caridade, no bairro Antonio de Paiva Cantelmo, em Francisco Beltrão. O tema do encontro é “Álcool e outras drogas – uso abusivo”.
Na oportunidade, o fundador da associação Anildo Krug dará seu testemunho sobre como nasceu a casa de caridade. O atual presidente da associação João Esteroide que está há 18 anos sem beber também irá contar como a entidade o ajudou a superar o vício. Os padres Deoclécio Wigineski e Jocemiro, de Marmeleiro, fazem a pregação. O soldado Gomes, do Proerd, também abordará o tema do encontro.
“Nós convidamos grupos de jovens da cidade e as pessoas que quiserem participar podem ligar ainda no sábado na entidade, no 3527-3231 para participarem. Os beneficiados pela entidade também participarão do evento”, informa Anildo.
Atualmente, a entidade dá uma refeição por dia para 32 famílias. Sua sede abriga um grupo de mães e nas quintas-feiras, à noite, acontecem às palestras sobre “espiritualidade e drogas”. A associação também tem a casa de acolhimento para mulheres e adolescentes vítimas de agressão com parceria com o município. “O projeto da casa de acolhimento começou no ano passado. Essas pessoas vêm até nós através do Creas ou determinação judicial”, esclarece Anildo.
Uma vez por mês, acontece na entidade o Dia da Beleza, quando voluntários oferecem corte de cabelos, entre outros serviços, para a população local. Na cozinha da casa de caridade também é ensinado, nas quartas-feiras, como fazer pão. “As pessoas dão o nome e nós fazemos uma visita para ver a situação da família, assim observamos a necessidade de receber o alimento. Para as outras atividades da casa, como os cursos, é tudo gratuito e se inscreve quem precisa ou tem interesse”, comenta o fundador da entidade.
A entidade recebe pessoas de todas as religiões, mas exige-se que se participe de alguma igreja. Para a diretoria tudo é movido pela fé e a casa só existe por causa da fé. A esposa de Anildo, Marli Sartori Krug sempre o acompanhou no trabalho e até hoje é um voluntária ativa.
Quando tudo começou
Há 18 anos, Anildo sofreu de uma enfermidade muito grave, que será testemunhada na noite de hoje. Naquela época, ele fez uma promessa a Deus, que se fosse curado, ele iria trabalhar o resto da vida dele para as pessoas mais necessitadas. A graça foi atendida e ele fez a proposta a um grupo de amigos de doarem uma cesta-básica por mês. “A população começou ajudar com dinheiro e nós saímos distribuir as cestas-básicas. Teve meses que distribuímos 100 cestas”, lembra o fundador.
Anildo recebeu o apoio do padre Deoclécio, que colaborou para continuidade do projeto. Porém, o grupo passou a perceber que em algumas famílias, o pai vendia itens da cesta-básica para comprar bebida e foi assim que veio a ideia de servir alimentação pronta. Para Anildo, a principal intenção era cuidar das crianças.
Há mais de 10 anos, o bairro Cantelmo era muito diferente de hoje. Naquele tempo, havia muitas pessoas pobres, muitas famílias que viviam em barracas de lona e o bairro contava com pouca infraestrutura. A entidade foi crescendo, segundo Anildo, graças às parcerias e foi se desenvolvendo junto com a comunidade.

Manutenção da entidade
A propriedade onde fica a Associação Santa Rita de Cássia foi cedida pela Prefeitura em forma de comodato, por tempo indeterminado. Na época do acordo, o prefeito era Vilmar Cordasso. Antes disso, a entidade pagava aluguel de um estabelecimento.
“Nós somos uma associação beneficente, sem fins lucrativos, e temos um estatuto dentro da lei. Desde que criamos, nós nunca ficamos ligando pedindo dinheiro, mas pedimos para as empresas e para amigos que querem ajudar a entidade. Do dinheiro doado são feitas vias de recibo. Toda a contabilidade é feita pelo escritório Muralha, que por muito tempo fez gratuitamente”, informa Anildo.
A entidade vive de doações. A Prefeitura repassa R$ 3.280, mas os gastos da casa não baixa de R$ 8 mil por mês. “Nós temos funcionários registrados, a luz e água são muito caras e somos nós que pagamos o combustível e alimentação. Recebemos muitas doações de alimentos e isso é que garante todas as refeições. Vivemos de doações e confiamos na providência divina, nunca faltou nada”, garante o fundador.