
A Diocese de Palmas- Francisco Beltrão foi representada na 53ª Assembleia Anual da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil em Aparecida (SP), entre os dias 17 e 24 de abril, pelo administrador diocesano, padre Geraldo Macagnan. Mais de 400 bispos e arcebispos das dioceses e arquidioceses brasileiras participaram das discussões, painéis e palestras.
Padre Geraldo Macagnan, em entrevista à Rádio Onda Sul, destacou a importância de participar deste momento da Igreja Católica. “A cada um com quem conversamos, de fato, é uma história digna de ser vivida e ao mesmo ser partilhada. Por isso, existem vários focos que para mim está sendo muito enriquecedor. Um: esta convivência e a partilha dos bispos de toda a nossa realidade do Brasil. Dois: a grande discussão que está sendo feita sobre as diretrizes [da Igreja Católica], ou seja, há uma preocupação muito grande quanto ao caminhar da igreja, quanto a sua ação evangelizadora. Três: outra discussão importantíssima sobre o documento dos leigos, que é também o que vai ajudar a refletir, colocando os leigos como protagonistas de uma ação evangelizadora. Esses elementos que predominam até então”, disse.
A Assembleia da CNBB teve, ainda, momentos de comemoração pelos 50 anos do Concílio Vaticano 2º – as discussões se prolongaram de 1963 a 1965 -, também cartas votadas para serem enviadas a determinados grupos, ao papa Francisco ou pessoas.
Preocupação dos bispos
Em documento, a CNBB analisou a conjuntura brasileira. A instituição diz, em nota que “avalia com apreensão, a realidade brasileira, marcada pela profunda e prolongada crise que ameaça as conquistas, a partir da Constituição Cidadã de 1988, e coloca em risco a ordem democrática do país. Desta avaliação nasce nossa palavra de pastores convictos de que ninguém pode exigir de nós que releguemos a religião para a intimidade secreta das pessoas, sem qualquer influência na vida social e nacional, sem nos preocupar com a saúde das instituições da sociedade civil, sem nos pronunciar sobre os acontecimentos que interessam aos cidadãos” (EG, 183).
O momento não é de acirrar ânimos, nem de assumir posições revanchistas ou de ódio que desconsiderem a política como defesa e promoção do bem comum. Os três poderes da República, com a autonomia que lhes é própria, têm o dever irrenunciável do diálogo aberto, franco, verdadeiro, na busca de uma solução que devolva aos brasileiros a certeza de superação da crise”.