Em sua primeira entrevista coletiva como treinador da Seleção Brasileira, Dorival Júnior citou o único ano que foi dirigente de um clube, em 2003, no Figueirense. Antes disso, ele era auxiliar técnico e depois dessa temporada se tornou treinador.
E foi justamente em 2003 que o beltronense Marcelo Régis jogou no alvinegro de Florianópolis, quando tinha 20 anos (em 2002, MR9 foi campeão da Segunda Divisão do Paranaense com o Francisco Beltrão FC e em 2003 foi campeão catarinense pelo Figueirense, que estava na Série A do Brasileiro, o primeiro de pontos corridos).
O técnico do Figueira naquele ano era Vagner Benazzi (já falecido), que deu boas oportunidades para o jovem beltronense. A melhor delas foi nas oitavas de final da Copa do Brasil contra o São Paulo de Kaká, Luís Fabiano, Júlio Baptista, Ricardinho, Jean, Rogério Ceni e, no banco, Kleber Gladiador. No Orlando Scarpelli, no primeiro jogo do mata-mata, Marcelo Régis começou como titular, ao lado do experiente Evair (ex-Palmeiras e São Paulo), deixando Sandro Hiroshi (ex-São Paulo) no banco.
Ele roubou uma bola do Jean, avançou em velocidade contra o gol de Rogério Ceni e chutou no pé da trave. Se essa bola tivesse entrado, talvez a carreira de Marcelo Régis tivesse sido muito maior (a recompensa contra Rogério Ceni veio em 2009 pelo Mogi Mirim, que venceu o São Paulo no Paulistão por 2 a 0 com dois do MR9, chamado por Tiago Leifert como o “Fenômeno de Mogi”).
Aquele Figueirense de 2003 tinha também jogadores como Vagner Mancini (hoje treinador), Cleber (Seleção Brasileira) e o goleiro Edson Bastos, que depois jogou muitos anos no Coritiba.
Outro fato curioso é que 2003 foi o último ano de Evair como jogador e o primeiro de Marcelo Régis na Série A, apenas começando a carreira. Mais tarde, em 2010, Evair foi técnico do Uberlândia e contratou MR9 para disputar o Campeonato Mineiro.
Teve um dia que Dorival Júnior chamou o jovem Marcelo Régis num canto e disse o seguinte: “Marcelo, nós queremos renovar com você por mais uma temporada, vamos subir um pouco o teu salário, mas dá uma conversada com o teu empresário, porque ele tá querendo tirar você daqui”. Marcelo ligou pro empresário, que deu-lhe três opções rubro-negras: Vitória, Flamengo ou Athlético-PR. Ele balançou em relação ao Flamengo, que naquele ano era uma bagunça total. E preferiu o time de Curitiba, que lhe ofereceu cinco anos de contrato.
Aí seguiu a carreira desse jogador brilhante, que tanto orgulha todos os beltronenses.