Pode parecer óbvio, mas alguns conceitos estão sendo esquecidos em meio ao fanatismo. Saber a diferença entre um texto opinativo e um texto jornalístico é muito importante para entender um pouco do nosso trabalho do Jornal de Beltrão e também para aceitar a diversidade que uma sociedade precisa ter.
No texto opinativo, eu posso dizer que o Grêmio é bonito e que o Inter é feio, ou vice-versa, como eu bem entender. Eu que estou escrevendo e opinando, é a minha opinião sobre um determinado assunto. Mas quando alguém assina um texto opinativo, representa a sua opinião, não a opinião do veículo de comunicação. O único momento em que o veículo pode opinar é no seu editorial, que normalmente é publicado na página dois. No caso do nosso jornal, o título do texto é “Opinião do JdeB”. Ali (e somente ali!), está a opinião da empresa diante de algum assunto.
O Jornal de Beltrão é um local onde se encontra a diversidade. Há aqui espaço para time vermelho, azul, colorido, é um canal aberto à comunidade. O Jornal de Beltrão não tem um dono, tem 225 acionistas ativos, cada um pensa de uma forma, cada um tem a sua opinião, e precisamos respeitar isso. Às vezes, somos crucificados por aceitar e publicar a diversidade, quando o errado deveria ser publicar opiniões só de um lado ou de outro.
No texto jornalístico, a situação é diferente. Nesse caso, o jornalista precisa ouvir todos os lados de uma notícia, utilizar o seu poder de concisão, escrever os pontos positivos e negativos de torcer para o Grêmio, escrever os pontos positivos e negativos de torcer para o Inter. Aí, quem vai tirar suas conclusões é o leitor, com base em suas convicções.
Uma comunidade precisa de diversidade
Aqui vai uma dica do jornalista Adolfo Pegoraro (não é uma dica do Jornal de Beltrão, é uma dica minha, esse é um texto opinativo, não é um texto científico e muito menos um texto jornalístico): se você torce para o Grêmio, siga em suas redes sociais pelo menos três torcedores do Inter com opiniões contundentes. Por mais que você não concorde com ele, é importante saber o que ele está dizendo, ele também pode apontar defeitos ou qualidades do seu time. Essa é uma técnica de empreendedorismo, conhecer seu concorrente, saber o que ele está produzindo, que preço pratica, enfim. Essa dica vale também para o bem da diversidade de opiniões.
Uma comunidade precisa de diversidade, guerras acontecem nos cenários em que as uniformidades se contrapõem. O caos está instaurado no fanatismo, seja no futebol, política ou religião, que são casos em que esses conflitos são mais comuns. Não é certo você deixar de ir a um clube de serviço, por exemplo, porque lá pessoas são de um lado político contrário ao seu. Se isso está acontecendo, é porque o poste está mijando no cachorro.
Viva a diversidade!
