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Francisco Beltrão
quinta-feira, 29 de maio de 2025

Edição 8.214

29/05/2025

A diarista e o carro

Destaque

“As diaristas que trabalham no meu prédio chegam dirigindo seus carros”. Esse comentário, ouvido dia desses numa fila de banco, embora seja uma constatação banal, mistura uma certa dose de orgulho com um tantinho de preconceito. Por que as diaristas não poderiam ter carro? As pessoas estranhavam quando viam na TV reportagens mostrando que, em outros países, empregadas domésticas possuíam carro e um bom padrão de vida. Aliás, esse era um dos argumentos utilizados por pessoas que se mudavam para outros países em busca de oportunidades. “Lá até empregada doméstica tem carro.” Tanto é verdade que são muitos os casos de pessoas que deixaram suas profissões “nobres” por aqui para exercer funções menos qualificadas nos Estados Unidos e Europa. Não sei se um carro hoje pode ser considerado parâmetro para qualidade de vida, até porque a aquisição de um veículos pode representar nada mais que um compromisso com prestações a perder de vista. De qualquer forma, achei o comentário a respeito das diaristas interessante – uma constatação banal, mas que mostra uma nova realidade. E também é a confirmação de que os serviços domésticos entraram num novo patamar, deixam de ser uma ocupação marginalizada. Pelos valores cobrados atualmente, não se pode considerar que uma diarista, empregada doméstica ou secretária do lar – como queiram –, seja mão de obra mal remunerada. É bom que se diga que os trabalhos domésticos podem render boa renda não só no exterior, mas também por aqui. Com base em preços praticados na cidade, uma diarista pode faturar tranquilamente 200 reais por dia, trabalhando meio período em cada casa. Considerando que ela trabalhe 20 dias por mês, seriam quatro mil reais, bem mais que a média salarial da maioria dos trabalhadores. E olha que tem diaristas com agenda lotada e gente na espera. O trabalho doméstico não é demérito para ninguém. E aqui podemos incluir outras categorias de trabalhadores, cuidadores de crianças ou idosos, cozinheiros, jardineiros, vigias e porteiros, entre outros. Em todas elas, aumentam as exigência por maior qualificação. E os bons profissionais dificilmente ficam sem trabalho. O que vale para quase todos os ramos de atividade.

Pelo menos a sinalização
Já que continuamos com rodovias mal conservadas na região, o governo estadual poderia, pelo menos, melhorar a sinalização das mesmas. Estamos entrando num período do ano em que a neblina é comum devido ao frio. Dirigir à noite ou em dias chuvosos, além do risco, transforma-se numa tortura.

A campanha começou
Embora todos afirmem que a campanha à prefeitura ainda não começou, surgem aqui e ali fatos que mostram que sim. Nos bastidores, há muitas conversas e princípios de acerto. Uma das nomeações que está para ser confirmada na Câmara de Vereadores é um bom exemplo desses acordos que começam a se delinear entre PDT e PT. A direção do legislativo vai ficar nas mãos do PT, e não é por acaso.

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Luiz Carlos Baggio é jornalista e apresentador da Rádio Onda Sul.

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