O então candidato Bolsonaro dizia a plenos pulmões que manter uma TV oficial, com elevadas despesas era um absurdo. A realidade parece ter mudado pois o presidente não só manteve a TV como aumentou os gastos com ela.
Se há uma coisa que aprendemos à medida que amadurecemos, é duvidar das promessas políticas. Ao longo da vida vamos acumulando tantas desilusões, que passamos a ouvir por ouvir o que é prometido em épocas de campanha. Chega a um ponto em que estamos completamente céticos e rotulamos como idiotas aqueles que brigam por divergências partidárias.
Uma das promessas do presidente Bolsonaro era acabar com a TV Brasil, chamada por ele de TV Lula, por ser uma criação do petista. Ao inaugurá-la, o ex-presidente dizia que estava nascendo a BBC brasileira, numa alusão à poderosa rede inglesa, mantida pelo governo.
O então candidato Bolsonaro dizia a plenos pulmões que manter uma TV oficial, com elevadas despesas, era um absurdo. A realidade parece ter mudado, pois o presidente não só manteve a emissora oficial, conhecida por sua audiência inexpressiva, como aumentou os gastos com sua manutenção. Não são poucas as despesas com uma grande equipe que gera uma programação praticamente ignorada pelo grande público.
Bolsonaro prometeu privatizar a emissora, mas ao assumir se encantou com a possibilidade de ver seus feitos exaltados na programação oficial. Tanto assim, que ampliou os investimentos. O governo destina 412 milhões de reais por ano à TV Brasil e o prejuízo anual é de 550 milhões de reais. São cerca de dois mil funcionários que prestam serviços à empresa.
Nos últimos meses, pelo menos um alento. Pesquisas mostram que a TV Brasil superou a Rede TV e passou a ocupar a quinta colocação entre as mais vistas no País. Ainda assim, a audiência média não chega a um ponto percentual.
A audiência é insignificante na maior parte dos programas. Será que tem sentido gastar mais de 30 milhões por mês em troca de tão resultado tão medíocre? Se fosse uma empresa privada, a emissora teria falido há muito tempo.
