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Francisco Beltrão
quinta-feira, 29 de maio de 2025

Edição 8.214

29/05/2025

As contas não fecham

No Paraná, se um time é campeão da Segunda Divisão de futebol recebe um troféu comum, encontrável em qualquer loja de material esportivo e nenhuma premiação em dinheiro. Porém, se decidir não disputar a competição, a Federação Paranaense de Futebol aplica uma multa de 110 mil reais, além do rebaixamento para a terceira divisão no ano seguinte. E o que é pior, se optar por não entrar na Terceira Divisão, terá um custo de 600 mil reais quando quiser retornar ao campeonato.

Os valores foram divulgados por Ivo Sendeski, presidente do Clube Esportivo União na assembleia realizada sábado. Nenhuma novidade; é o padrão habitual de nossa Federação. Ao ingressar em qualquer campeonato, a equipe terá que gastar razoáveis quantias com inscrição e transferência de atletas. A FPF também cobra salgadas taxas de arbitragem, e na Segundona é comum enviar árbitros despreparados, que, muitas vezes, em erros grosseiros comprometem todo o trabalho do time. Não é difícil entender porque o futebol paranaense anda mal das pernas. Na realidade, só duas equipes são viáveis economicamente em nosso estado, o Coritiba e o Athlético.

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Me convenço cada vez mais que a Federação Paranaense de Futebol é a grande sanguessuga dos clubes, no que não é muito diferente da CBF, que age de forma parecida em escala nacional.

Mesmo a principal competição de futebol do estado hoje é uma disputa sem qualquer repercussão; praticamente não tem cobertura da imprensa, faz anos que nenhuma TV aberta faz a transmissão de jogos e nem os resultados são publicados nos principais jornais. Para descobrir como foi a rodada, é necessário recorrer ao Google ou entrar no site da Federação. Lamentável que seja assim!

No Rio Grande do Sul, com uma realidade parecida com a nossa, os clubes do interior recebem quase um milhão de reais de cotas de TV. No Paraná, a NSports transmite os jogos apenas para assinantes e repassa aos clubes um valor que não chega nem à metade do que recebem os times gaúchos. Esses recursos nem de longe bancam as despesas do campeonato. Ou seja, no futebol paranaense só a Federação tem lucro enquanto os clubes acumulam prejuízos.

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