
É crescente o número de jovens que estão buscando oportunidades fora do Brasil. Conheço vários beltronenses, especialmente na área da tecnologia, que hoje trabalham em países do primeiro mundo. Uns foram para o Canadá, Portugal e Alemanha, embora os Estados Unidos continue sendo um dos destinos preferidos. Já tem gente indo para a China.
Alguns já vinham acalentando o sonho de ir embora, outros o fizeram movidos pela necessidade. Na decisão de partir, geralmente há uma boa dose de desencanto com o País, o que é perfeitamente compreensível. Penso que, ao olhar para o futuro, muitos jovens enxergam nuvens escuras, que dificultam a visualização da esperança.
Se, em Francisco Beltrão são poucos, no País somam milhares os que dão adeus ao Brasil, o que é uma pena, pois trata-se de mão de obra qualificada, na qual foram investidos recursos da família e do País. E na hora em que esses jovens podem retribuir com seu trabalho e conhecimento, preferem ir embora. A vida lá fora, mesmo com todas as dificuldades, oferece um horizonte mais definido, segurança e expectativa. Enquanto por aqui há tanta turbulência no ar, em países desenvolvidos, é possível fazer planos a longo prazo e sonhar com uma carreira mais sólida.
Falando de forma realista, não há muitos motivos para otimismo em relação ao nosso país. Próximos de uma eleição presidencial, o que temos pela frente é uma opção pela volta ao passado em que tudo terminou numa imensa roubalheira ou a continuidade de tempos confusamente turbulentos. Como um jovem que se dedicou com afinco a anos de estudos, vai acreditar no que está aí?
Lamentavelmente, o êxodo de cérebros vai continuar, sim. E seguiremos perdendo muitos de nossos mais preparados jovens que, mesmo não ganhando fortunas lá fora, acabam decidindo viver num país que lhes ofereça segurança e um futuro sem sobressaltos. O Brasil perde com isso. E perde muito, como em tantos temas relevantes, pouco se fala no assunto.