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Francisco Beltrão
terça-feira, 27 de maio de 2025

Edição 8.212

27/05/2025

Elvis foi quase um escravo

Menino pobre, deixou de ser caminhoneiro para transformar-se ainda muito jovem num fenômeno mundial. O sucesso foi meteórico, mas morreu longe de todos os seus.

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Hoje completam-se 45 anos da morte de Elvis Presley. O filme Elvis, lançado recentemente, aborda a conturbada relação do cantor com seu empresário, coronel Tom Parker. Talentoso ao extremo, inovador, audacioso, Elvis revolucionou a música mundial, sendo considerado o precursor do rock. O astro, ao longo de toda a vida, foi transformado numa máquina de fazer dinheiro nas mãos do inescrupuloso manager.

Menino pobre, deixou de ser caminhoneiro para transformar-se ainda muito jovem num fenômeno mundial. O sucesso foi meteórico, porém o cantor morreu aos 42 anos, dia 16 de agosto de 1977. A sua vida é uma mistura de conto de fadas, em que a fortuna chegou rápido, transformando-o num escravo do sucesso. Parker manipulou por completo a carreira e a vida do astro. Manobrava os fatos de acordo com seu interesse o tempo todo. Elvis acabou perdendo a mulher que não suportava ver o marido dependente das drogas e obrigado a um ritmo insano de shows para atender aos interesses do empresário. Apesar de sua extraordinária capacidade de levar o público — principalmente a mulheres — ao delírio, o cantor era um homem solitário e triste.

“Você só é feliz no palco”, diz a sua mulher, Priscilla, no momento em que anuncia a intenção de separar-se dele. O coronel Parker, no início da carreira, estabeleceu um contrato abusivo, completamente fora dos padrões, em que se apoderava da metade de todo o lucro obtido pelo artista. Tanto assim que só após a morte do cantor, a família conseguiu recuperar uma parte do que ele havia se apoderado. O auge de sua carreira coincidiu com a dependência cada vez maior de medicamentos, tanto que no final da vida, em alguns shows, mal conseguia ficar em pé. Bem diferente daquele jovem dos primeiros anos que chegou a ser proibido de rebolar no palco, comportamento considerado transgressor e perigoso pelos conservadores. Ele bem que tentou, mas jamais conseguiu escapar do domínio do empresário, que o manipulou até os últimos dias, malgrado o esforço da esposa em libertá-lo. Elvis morreu melancolicamente longe da esposa que amou e da filhinha. As pessoas saem do cinema com um sentimento de pena do cantor, que, tendo atingido a glória tão cedo, conheceu o inferno ainda na terra e pouco pode usufruir de tudo o que conquistou. No palco era um vulcão incontrolável; fora dele, um homem triste e desmotivado, alguém que nem sonhos tinha mais.

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