Muitos dos problemas urbanos que temos hoje não estariam aí se tivesse havido planejamento no passado. Mas pensar o futuro, numa perspectiva de 30 a 50 anos, é algo incomum no Brasil. Mesmo em cidades que não apresentam uma expansão vertiginosa, como em nossa região, daria para prever muita coisa. Em Francisco Beltrão, temos hoje um caso bem específico, que é a expansão acentuada na região da água Branca, onde estão a nova Rodoviária Municipal, Hospital Regional e o futuro Hospital Intermunicipal, além do Centro Regional de Especialidades e a Faculdade de Medicina da Unioeste.
Empresas anunciam investimentos na região. Recentemente foi anunciada a duplicação da ligação entre Beltrão e Marmeleiro, uma obra mais que necessária. Algumas situações já clamam por soluções, como o acesso à cidade norte. Em momentos de maior movimento, há congestionamento porque várias ruas desembocam num mesmo ponto, na rotatória próximo à subestação da Copel.
Um grande empreendimento está para ser iniciado ali, o que deve intensificar o fluxo de veículos. Nem é preciso ser um urbanista para prever que, no futuro, a situação ficará crítica, até porque é a confluência para vários bairros. Uma visão a médio prazo traria consigo o estudo de novos pontos de ligação entre a área central e os bairros da Cidade Norte. No futuro as dificuldades serão muito grandes para viabilizar qualquer solução nesse sentido.
A construção de uma perimetral, margeando o rio Marrecas, desde as imediações da Upa, passando pelo Bairro Primavera até o bairro Sadia, por exemplo, poderia desafogar em muito o tráfego naquela área. Ou outra ligação, com uma avenida bem planejada, desde o bairro Novo Mundo até o bairro Pinheirão, também seria outra opção.
E já que está ocorrendo rapidamente a conurbação, para os lados de Marmeleiro, fenômeno em que as cidades vão se juntando num único conglomerado, não seria conveniente pensar em uma estrutura que suporte esse crescimento? Dentro de alguns anos será muito difícil viabilizar uma avenida interligando as duas cidades, mas hoje ainda é possível.
Enfim, são ideias jogadas ao vento, mas que poderiam melhorar e muito as condições para o crescimento da cidade em diversos aspectos. Infelizmente os municípios estão hoje tão sobrecarregados que mal conseguem dar conta de suas demandas. Há tanto a fazer.
