O principal desafio da sociedade é propiciar condições adequadas para que as pessoas envelheçam com qualidade de vida. Não basta apenas ficar velho: é preciso ter boas condições.

Volta e meia vemos a notícia de que alguém está completando 100 anos de idade. Também é crescente o aumento do número de pessoas que se aproximam dessa marca. No Brasil, de 1940 até 2020, a média de vida aumentou 31 anos, conforme aponta o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE. Em 1991, o brasileiro ao nascer tinha uma expectativa de vida de 66 anos, e em 2019 chegou aos 76 anos.
Até que veio a pandemia da covid e derrubou essa média para 72,2 anos. No País, a média de vida só não é maior devido ao grande número de mortes de jovens em acidentes e em consequência da criminalidade. Todos os anos, há cerca de 40 mil mortes nas rodovias e outro tanto em consequência da violência.
Em praticamente todas as famílias há pessoas envelhecendo, muitas delas em boas condições de saúde. A nível mundial, chama atenção a rainha Elizabeth II, da Inglaterra, firme no poder no alto de seus 95 anos. Nos Estados Unidos, Joe Biden, aos 80 anos, é o mais velho presidente americano. No Brasil, vemos muitas personalidades do meio artístico e político em plena atividade acima dos 80 anos.
O principal desafio da sociedade nos dias de hoje é propiciar condições adequadas para que as pessoas envelheçam com qualidade de vida. Não basta apenas ficar velho: é preciso ter boas condições de saúde e alternativas para uma vida saudável. Cientistas afirmam que no futuro será possível atingir os 200 anos. Em termos gerais, a sociedade está dando mais atenção ao idoso, mas o caminho ainda é longo para que exista valorização aos que viveram mais.
No Brasil, por exemplo, o mercado de trabalho é bastante restrito para pessoas com mais de 50 anos. Aos 60, então, nem se fala. Na vida real, o que fica evidente é que a nossa sociedade ainda tem dificuldades para lidar com a velhice. Há poucas opções de lazer ou mesmo de ocupação sadia para os velhinhos ou até casas de repouso onde possam ser acolhidos aqueles que não têm os cuidados da família. Muitos deles são segregados dentro de casa, alguns até maltratados. O que fica escancarado é o desafio de não apenas viver mais, mas viver bem, podendo usufruir do descanso, após uma vida de trabalho.