A Itália e a Espanha estão entre os países que apresentam os menores índices de crescimento demográfico no mundo. É uma tendência que vem se acentuando com o passar dos anos e que começa a preocupar as autoridades. Em alguns períodos, o crescimento da população foi negativo e essa situação tende se tornar constante, com inúmeras consequências sobre a economia e a vida social.
Tal realidade mostra que as mulheres passaram a ter, na vida familiar, maior poder para decidir sobre o número de filhos, o que não acontecia no passado. Tanto a Itália como a Espanha são países católicos e acentuadamente machistas, e só em tempos recentes as mulheres passaram a ter um papel de maior relevância na sociedade. No mundo católico, por exemplo, a nomeação de sacerdotisas é assunto fora de discussão; o protagonismo é estritamente masculino.
A mulher pode atuar de inúmeras maneiras nos rituais e na vida da igreja, seja como catequista ou ajudante nas celebrações, mas não tem direito ao papel de presbítero; isso nem se discute. Enquanto outras religiões admitem pastoras e bispas, o catolicismo sequer discute a possibilidade de ordenar sacerdotisas, mesmo diante da flagrante queda do número de homens interessados na vida religiosa. É uma postura que vai contra a realidade da sociedade moderna.
Se a mulher pode participar de tudo, até assumir a presidência do país, por que razão tem que se sujeitar a um papel secundário na igreja? Sabe-se que boa parte do funcionamento da Igreja Católica depende das mulheres. Elas são maioria absoluta entre os catequistas, algumas são ministras da eucaristia, mas nada além disso. Soa meio hipócrita a pregação de igualdade que é feita pela Igreja Católica, quando se sabe que no clero a mulher só tem espaço como coadjuvante. Quando se fala em cargos e carreira no meio eclesiástico, não tem lugar e nem vez.
