A cerimônia já tinha iniciado quando chegou esbaforido o saudoso padre Afonso de Nijs, então vigário da paróquia São José.
Uma das situações mais incômodas e constrangedoras acontece quando encontramos alguém que não vemos há muito tempo, e após o cumprimento vem a pergunta: está lembrado de mim? Não, você não lembra, não faz a mínima ideia de quem seja a criatura. Mesmo que inicie uma desesperada busca por todos os cantos da memória, a imagem que está à sua frente não é localizada ainda que você tente uma versão mais magra e mais jovem.
E por uma questão de gentileza, não querendo desapontá-la, você comete a imprudência de afirmar que sim, claro que lembra. Nessa hora é enorme a chance de entrar numa situação incômoda que vai te levar pelos caminhos do constrangimento. Porque essa pessoa vai começar a enumerar fatos que você não recorda e comentar episódios envolvendo gente que você nem remotamente sabe quem é. E a tendência é que a coisa vá tomando um rumo surreal, que deixará você num beco sem saída.
Seria mais adequado fingir uma dor de barriga e sair correndo à procura de um banheiro. Todos já passamos por situações parecidas. Nesses casos, o melhor é ser sincero mesmo. Simplesmente dizer que não lembramos e por mais que tentemos, não conseguimos saber quem está diante de nós. Tentar seguir pelo outro lado é uma tremenda armadilha que vai nos enredar em confusões difíceis de sair.
Sei de casos de pessoas que viveram situações muito chatas simplesmente por tentar ser educado e não querer desapontar quem estava à sua frente. A chance de ter que inventar outras mentiras para confirmar a primeira não é pequena. É algo que simplesmente não vale a pena. Além do mais, também pode ocorrer que a pessoa esteja confundindo você com alguém conhecido.
Lembro de uma inauguração nos tempos do prefeito Guiomar Lopes. O mestre de cerimônias havia chegado há pouco na cidade. A cerimônia já tinha iniciado quando chegou esbaforido o saudoso padre Afonso de Nijs, então vigário da paróquia São José. O cidadão possivelmente não o conhecia e com toda a convicção anunciou e agradeceu a chegada do Dr. Mário Vargas Junqueira da Rocha. Foi difícil conter o riso.
Havan e a polêmica
A retomada da obra da loja da Havan na cidade tem provocado uma situação estranha. As notícias publicadas no site do jornal recebem uma quantidade enorme de comentários, alguns hilários, outros carregados de rancor. O que só comprova que uma simples notícia hoje tem o dom de despertar debates insanos envolvendo política.
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