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Francisco Beltrão
domingo, 25 de maio de 2025

Edição 8.211

24/05/2025

O disfarce necessário

O verniz social que somos obrigados a cultivar, nada mais é do que uma boa dose de hipocrisia. Diria que essa passa a ser uma qualidade quase obrigatória para nossa convivência.


Quando criança, aprendemos com nossos pais que devemos agir com honestidade e respeito em qualquer situação. A vida acaba nos mostrando que nem sempre podemos esperar o mesmo retorno. E assim vamos criando uma armadura para enfrentar situações adversas e passamos a relevar atitudes decepcionantes e ingratidões. Elas aparecem a todo momento e vêm de todos os lados, muitas vezes de onde menos esperamos.

Uma forma de seguir de cabeça erguida é jogá-las em algum arquivo remoto de nossa mente para que não nos incomode tanto ou que pelo menos não venha à tona com facilidade. Seguimos adiante sorrindo para quem não deveria receber nem mesmo nossa atenção, tratando com polidez gente da pior qualidade, vendo a todo momento notícias sobre larápios que arrotam respeitabilidade.

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Quanto mais conhecimento acumulamos, maior é a tendência a nos decepcionar com o mundo à nossa volta. Mas as coisas são assim mesmo, o verniz social que somos obrigados a cultivar, nada mais é do que uma boa dose de hipocrisia. Diria que essa passa a ser uma qualidade quase obrigatória para nossa convivência. Quanto maior a capacidade de fingir e disfarçar, maior a possibilidade de sucesso. Ou pelo menos, é isso que constatamos.

Valemos não pelo que somos, mas pelo que aparentamos ser, o que leva as pessoas a assumirem posições estranhas, a gastar mais do que podem, a ostentar mesmo que a um custo absurdo. Nem sempre isso acontece e há pessoas que são desmascaradas de forma inapelável. E então, como numa enxurrada, aparecem informações desabonadoras aos montes a respeito delas. Mas há aqueles que seguem enganando, iludindo e passam a vida toda interpretando um personagem que está longe de mostrar o que realmente são.

A todo o instante você vai se deparar com gente assim. No fundo dá pena, mas eles passam a impressão de que vale a pena continuar nessa existência de faz-de-conta. Se está bom para elas, que sigam adiante!

A fila andou rápido

Na semana passada comentei o caso do apresentador Faustão, que teria que encarar a fila do SUS para fazer um transplante de coração. Nem uma semana depois, o transplante foi feito, gerando questionamentos nas redes sociais. O argumento do Ministério da Saúde é de que o caso do apresentador era extremamente grave. Não sabia que era tão fácil conseguir um novo coração. A agilidade despertou desconfianças, mas, enfim, para ele a fila andou.

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