A situação da Venezuela é crítica e o drama de sua população é muito maior do que podemos imaginar. Dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, indicam que mais de 5,6 milhões de venezuelanos deixaram o país nos últimos anos. É o país que mais perdeu população em todo o mundo nos últimos cinco anos. Toda essa gente foge da miséria e da carestia generalizada.
O Paraná é o Estado brasileiro que mais recebeu venezuelanos. Alguns deles estão em Francisco Beltrão, após desistir de continuar vivendo num país em que a esperança sumiu do horizonte. Devido ao desgoverno de Nicolás Maduro, os salários se esfarelaram, faltam produtos nos mercados e remédios nas farmácias. Conforme dados oficiais, 66.200 venezuelanos se mudaram para o Brasil.

Desses, quase a metade se estabeleceu no Sul do País, e o Paraná foi o Estado que mais os acolheu: 11.218 pessoas. Santa Catarina recebeu em torno de 10.500 e o Rio Grande do Sul, aproximadamente dez mil. Mesmo com todas as dificuldades, vão aos poucos se organizando, com o apoio especialmente da igreja dos Mórmons. Em Francisco Beltrão, vai se constituindo uma pequena colônia de venezuelanos, passam de 60, sete dos quais estão vindo este ano.
Todos já estão trabalhando. Em Chapecó, o número é bem maior, existem até bares e clubes com músicas e comidas típicas da Venezuela. Não é fácil para essas pessoas deixar tudo para trás, família, amigos, a história. Mas eles entenderam que não dava mais para insistir em acreditar em algo que não tem nenhuma perspectiva de melhora. Adrialdo de Oliveira, presidente da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, que ajudou a angariar móveis e demais utensílios para que imigrantes consigam iniciar uma nova vida na cidade, afirma que apesar das dificuldades, eles vão conseguindo se ambientar.
“A situação é desafiadora, os homens estão trabalhando, mas alguns ainda precisam de ajuda, especialmente móveis. As doações são bem vindas”, diz Adrialdo. O apoio da comunidade ameniza o sofrimento de quem se aventura em um país diferente, longe da família e sem recursos, disposto a iniciar uma nova história.