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Francisco Beltrão
quarta-feira, 28 de maio de 2025

Edição 8.214

29/05/2025

Pobreza que não tem tamanho

À medida que se anda no Estado, mais aumenta o desencanto.

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Estive no Estado do Maranhão neste mês e retornei chocado com a miséria que vi por lá. Isso não me surpreendeu, já sabia que o Estado é o mais pobre do País e não é por acaso. Mais de um milhão de maranhenses dependem do auxílio do governo para sobreviver, o que quer dizer que praticamente a metade dos maranhenses sobrevive com esses recursos. A título de comparação, em Santa Catarina, que tem população bem maior, o número de beneficiados é cinco vezes menor.

 No reinado da família Sarney, que comandou o Maranhão por mais de 50 anos, a desigualdade social enraizou-se de tal forma que não é fácil superá-la em pouco tempo. Só a filha do velho político, Roseana, governou o Estado por três mandatos. Em outros períodos, apadrinhados políticos da família eram ungidos para o cargo.

O fato é que, à medida que você anda pelas estradas maranhenses, vai aumentando a sensação de desencanto. Nas margens, se sucedem casas precárias, muitas construídas de pau a pique, aquele sistema que utiliza barro batido. São moradias rudimentares e o entorno é muito pobre. Não há lavouras, pelo menos no trecho de mais de 350 quilômetros entre a capital São Luís e Barreirinhas, não se vê nada plantado.

Há obras públicas abandonadas, e por toda a parte, um clima de desolação, que destoa claramente do restante do Brasil. A conservação da rodovia é tão ruim quanto as estradas do Sudoeste do Paraná; muitos buracos, quando não crateras. E há pobreza por toda a parte.

Não quero ser injusto, mas a impressão que fica é que a maioria da população se contenta com os auxílios governamentais e se acomoda: não plantam, não criam animais. Ao ver aqueles casebres perdidos no meio do nada, sem uma árvore frutífera no pátio, temos a dimensão do quanto a miséria pode se perpetuar. Não há cultura produtiva, não há desejo de empreender.

Mesmo nas periferias da capital, a miséria é chocante. Muitas construções em ruínas, obras inacabadas, um panorama desolador. E eu fico me perguntando qual o interesse em se perpetuar no poder de um Estado tão miserável. E saber que em terras maranhenses, o sobrenome Sarney aparece por toda a parte, escolas, rodovias, logradouros e praças. Se justiça houvesse neste País, eles deveriam ser banidos e inscritos nos livros de história como os grandes responsáveis pela miséria que se tornou uma sina do Estado.

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