Foi uma semana de definições na política beltronense, mas há sinais de que este não é o quadro definitivo para as eleições de outubro. Ainda podem ocorrer alterações na composição das chapas que disputarão a prefeitura e também não é improvável que partidos mudem de lado em relação ao apoio que darão para os candidatos a prefeito.
O processo que resultou nas chapas divulgadas foi tenso e gerou muitos descontentamentos. Num quadro em que havia um número expressivo de pretendentes aos cargos majoritários, era inevitável que alguns fossem preteridos. Estes nem sempre aceitam os argumentos que resultaram em suas exclusões.
O grupo ligado a Antônio Pedron, do MDB, escolheu a professora Maria de Lourdes Bertani, a Lurdinha, do Podemos, em detrimento de Cintia Ramos e Jocemar Madruga. Mas havia outros nomes no páreo. Fica uma pontinha de descontentamento e até um pouco de mágoa naqueles que foram descartados.
O Progressistas, em sua convenção, optou por uma chapa pura, com o vereador Ronaldo Bizotto e o agrônomo Juan Artigas. A própria candidatura de Bizotto é fruto de uma dissidência. Ele lutou até o fim para ser o candidato do grupo ligado ao prefeito Cleber Fontana, que acabou referendando Antônio Carlos Bonetti, do PSD, e o também vereador Jean Emiliano, do PL.
Nunca em passado recente um grupo político fragmentou-se em tal proporção numa eleição municipal. Tanto Pedron como Bonetti e Bizotto estavam todos do mesmo lado até bem pouco tempo. Hoje se digladiam e isso poderia facilitar o caminho para a única candidatura verdadeiramente oposicionista, formada por Roselene Baseggio, do PV, e a petista Cleo Parabocz.
Há quem acredite que elas serão as maiores beneficiadas pelo esfacelamento da base situacionista. Não é o que indicam as pesquisas, pelo menos por enquanto. Mas a campanha ainda nem começou. O que se pode dizer, como naquela música famosa, é que a eleição beltronense está marcada por muitas mágoas e ressentimentos. Se isso vai aparecer nos discursos, é outra história, mas, nos bastidores, muita gente estará empenhada, tentando curar feridas e consertar os estragos.
O que se pode afirmar é que nas três chapas oriundas do grupo de situação há rachaduras e descontentamentos como poucas vezes se viu.