Nada como uma campanha eleitoral para ficarmos sabendo como é fácil resolver os problemas da Nação. Aparecem soluções para tudo, incluindo os mais complexos desafios. Os debates, então, são uma aula de sabedoria. Todos os candidatos apresentam as opções que o País precisa. Mesmo quem já esteve no poder e resolveu pouco, agora se apresenta com promessas milagrosas. Passada a eleição, muda o discurso, com a mesma facilidade das promessas de agora.
O mais espantoso é a irresponsabilidade de alguns candidatos, oferecendo esmolas cada vez maiores. Tudo pelo voto, um autêntico estelionato. Vai se institucionalizando a compra desenfreada do eleitor com dinheiro público. Auxílios cada vez maiores para pobres, para negros, para mães solteiras, para deficientes, para estudantes e por aí vai. Se formos somar os custos dessas benesses, a arrecadação do País, cada vez mais se dilui em variadas formas de distribuição de dinheiro em detrimento de investimentos básicos. Ninguém fala em resolver de fato os problemas da pobreza. Apenas paliativos, ajudas, assistencialismo fácil e demagógico, que servem apenas para acomodar as pessoas numa vidinha sem ambições.
Conheço pessoas que vivem há anos nessa dependência e continuam na pobreza de sempre. Tem gente que não aceita trabalhar com carteira assinada para não perder os auxílios e vale gás, e por aí vai, mulheres que engravidam sem qualquer responsabilidade para continuar na lista das beneficiadas. Não vi até agora nenhum projeto sério de qualificação dessa faixa da população, que, cada vez mais, se torna um peso para o País. Da forma como estão, esses auxílios são os maiores responsáveis pela perpetuação da miséria, uma autêntica fábrica de pobres. Em nada contribuem para ajudar alguém a sair da miséria. Me poupem, mas esse discurso assistencialista é cansativo e mentiroso. Não é assim que construiremos um país melhor e mais igualitário.