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Francisco Beltrão
domingo, 25 de maio de 2025

Edição 8.211

24/05/2025

Um dia tudo vai parar

Era um avanço a passos de tartaruga, a fila se movimentava quase de forma imperceptível.

Às vezes tenho a impressão de que caminhamos para um imenso congestionamento, de proporções gigantescas e caóticas. Aquela fila a perder de vista que não avança e não diminui, em que os movimentos são vagarosos, você anda alguns metros e nada mais. É uma experiência extremamente cansativa e desgastante. Nos dá uma sensação de impotência completa.

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Você está ali, cercado de veículos por todos os lados, todos parados, como você. Passei por isso no final do ano, quando saí de Curitiba no início da manhã e só cheguei em Balneário Camboriú nove horas depois. Ao deixar a capital paranaense, entrei numa fila e só me livrei dela quando cheguei ao destino, pouco mais de 200 quilômetros adiante. Era um avanço a passos de tartaruga, a fila se movimentava quase de forma imperceptível.

E ali você constata que nada que você fizer, vai mudar a realidade. Trocar de pista é uma tentativa inútil. Porque a fila ao lado ora anda, ora fica parada também. E quem estava atrás de você, de repente está um pouco adiante. Mesmo quem gosta de dirigir, como eu, perde a paciência nessas horas.

Dia desses o anoitecer me alcançou quando chegava a uma grande cidade na qual nunca havia estado. Pra complicar, chovia torrencialmente, o movimento de veículos era intenso, o que dificultava ainda mais as coisas. A visualização das placas tornava-se mais difícil, os carros em velocidade, não tinha como andar devagar. Fiquei me perguntando para onde iam tantos veículos com aquela pressa, quase todos acima da velocidade permitida. Foi com muita dificuldade que consegui me localizar, ainda assim com o uso de um aplicativo de trânsito.

Toda vez que encaro um congestionamento, fico imaginando que caminhamos para o caos. Nossas ruas e rodovias já não comportam tamanha quantidade de carros. E o número só aumenta. No ano passado foram fabricados 2,24 milhões de veículos no país. Daqui a muitos anos haverá espaço para tudo isso? Evidente que não.

Acabaremos num congestionamento infindável e insensato, em que ninguém conseguirá ir para qualquer lugar. E então precisaremos abandonar os carros que ficarão ali, perdidos em meio a milhares de outros, inúteis e imóveis.

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