23.6 C
Francisco Beltrão
domingo, 25 de maio de 2025

Edição 8.211

24/05/2025

Um lugar perigoso

Quem mora em Francisco Beltrão corre mais risco de morrer num acidente de trânsito do que assassinado. Minha sogra, com a experiência de quem está completando 90 anos, costuma dizer que será cada vez mais difícil as jovens arrumarem marido porque estão sobrando poucos rapazes devido aos acidentes.

Ao ler o Jornal de Beltrão da última terça-feira lembrei da conclusão da Dona Fiorinda. Nos últimos 20 meses, já morreram 50 pessoas em Francisco Beltrão em consequência de acidentes. Uma estatística absolutamente assustadora e inaceitável. O que chama a atenção é a quantidade de jovens que estão perdendo a vida em nossas rodovias e até nas ruas de nossa cidade.

A título de comparação, tanto em 2020 como em 2021, foram registrados 13 homicídios em Francisco Beltrão, enquanto os acidentes mataram praticamente o dobro de pessoas. Difícil entender as razões para tanta violência. Fica evidente que mesmo as campanhas de conscientização feitas periodicamente são insuficientes para reduzir as tragédias. O carro por aqui transformou-se numa arma letal, muito mais que armas de fogo.

- Publicidade -

Toda vez que alguém bebe e assume o volante, aumentam as possibilidades de ocorrência de acidente. Não podemos nos acostumar com essas manchetes de final de semana, em que os acidentes ganham destaque. É desolador constatar que as campanhas de orientação e prevenção parecem não surtir efeito. Pouco tem adiantado os apelos e orientações. Os acidentes continuam acontecendo em grande quantidade e deixando um rastro de dor e tristeza. Não é, nem pode ser considerado aceitável, uma insegurança tamanha em nossas rodovias.

Gosto de viajar, mas confesso que ando assustado e toda a vez que pego a estrada não tenho como evitar um certo temor. Aquele trecho em direção a Itapejara do Oeste, que nem é tão movimentado, tornou-se extremamente perigoso nos últimos tempos. É uma estrada sinuosa, mas bem conservada e não se entende como tantos acidentes graves ocorrem ali. Com certeza, ainda não temos as respostas para entender a violência de nosso trânsito. O que não se pode aceitar é que continue causando tantas mortes.

Desconfiança

O repórter Niomar Pereira, que me ajudou a levantar dados sobre os acidentes, está tentando obter detalhes sobre os resultados das necropsias de vítimas fatais em acidentes para a relação com o consumo de álcool. O IML, por determinação legal, não repassa esses dados. Niomar desconfia que por trás dessa onda de mortes há muita bebida alcoólica envolvida.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Destaques