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Francisco Beltrão
domingo, 25 de maio de 2025

Edição 8.211

24/05/2025

Uma comemoração para poucos

Fiquei sabendo de uma pessoa que reuniu a família para comemorar um fato insólito. Ele está há 25 anos aposentado e isso para ele representa mais tempo na inatividade do que o período em que cumpriu sua jornada profissional. No caso dele, isso foi possível porque sua atividade era numa empresa que envolvia periculosidade, em que a contagem do tempo de serviço ganha um acréscimo e apressa a aposentadoria.

E ele que nem chegou aos 70 anos, desfruta de boa saúde, certamente ainda vai viver muito. Imagino quantas pessoas em situação semelhante a esse cidadão existem pelo Brasil afora. Não deixa de ser um grupo privilegiado, que rcebe muitos benefícios, mesmo tendo contribuído pouco. Distorções como essas certamente serão corrigidas com a Reforma da Previdência, que não foi a ideal, mas serviu para alguma coisa. Outro absurdo que a nossa Previdência comportava era a aposentadoria de pessoas com salários superiores ao teto nacional, ganhando mais que o presidente da República. Quanto mais privilégios a pessoa acumulava ao longo da vida, levava para a aposentadoria.

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Isso é visível em categorias que estão no topo da carreira pública no País, formada por funcionários com altíssimas remunerações, completamente fora da realidade da população. Vez por outra nos deparamos com notícias revoltantes a respeito de casos de juízes e desembargadores que chegam a receber salários escandalosos.

No mês de janeiro a imprensa divulgou que oito juízes aposentados de Rondônia receberam mais de um milhão de reais. Um deles embolsou quase um R$ 1,5 milhão. É uma afronta num País como o nosso, em que grande parte da população não consegue sustentar-se dignamente, alguns privilegiados embolsar mensalmente valores tão absurdos. Parece algo que nunca vai mudar.

É cínico que esses cidadãos ainda encontrem argumentos para justificar esses ganhos absurdos, afirmando tratar-se de direito adquirido. Com membros do Judiciário que pensam assim, é difícil acreditar em mudanças neste País. É algo não tão incomum e escancara o egoísmo de algumas categorias que não sentem nenhum constrangimento em acumular tudo o que puderem para engordar o contracheque. E assim vai o Brasil, aprofundando desigualdades.

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