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Francisco Beltrão
quinta-feira, 29 de maio de 2025

Edição 8.214

29/05/2025

Uma corrida na praia

Naquele dia entendi que o tempo nos impõe limites para muita coisa.

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Eram férias de verão, início de 2001. Num fim de tarde, estávamos andando na praia, em Itapema. Foi quando meu filho Alexandre, então com 14 anos, me desafiou para uma corrida, até o final da praia. Na época eu estava com 42 anos, praticava esporte regularmente, me achava razoavelmente em forma. Aceitei o desafio e saímos correndo.

Ele, com aquele jeito de adolescente desengonçado, alto e magro, logo disparou na frente. Na minha mente, achei que logo o alcançaria. Eu pensava que ele não conseguiria manter o ritmo inicial da corrida e eu ganharia na resistência, mantendo um ritmo constante. Me enganei por completo. Ele não só manteve a distância, como pareceu acelerar ainda à medida que se aproximava do ponto que tínhamos definido como chegada. Nem pedi revanche, porque sabia que perderia novamente.

 Naquele dia, talvez pela primeira vez, entendi que a passagem do tempo nos impõe limites para muita coisa. E assimilei a lição, no fundo fiquei contente em saber que ele, apesar de nunca ter demonstrado muito interesse por esporte, tinha um bom desempenho. A tendência é que nossos filhos nos superem a partir de certo momento, tanto física como intelectualmente.

Fico triste quando vejo filhos de pais brilhantes completamente acomodados, sem mostrar interesse em estudar ou trabalhar. E vejo com alegria a atitude de pais, que, mesmo tendo construído um grande patrimônio, motivam os filhos a se envolver com a empresa desde cedo. É algo fundamental e indispensável para a continuidade de um empreendimento. E isso explica porque tantos filhos em poucos anos dilapidam o patrimônio da família, enquanto outros, além de manter, conseguem expandi-lo. Criar filhos é um desafio imenso e um aprendizado que não termina nunca.

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