6.7 C
Francisco Beltrão
quarta-feira, 28 de maio de 2025

Edição 8.214

29/05/2025

A direita do bem terá que ir de Lula

A direita não quis tirar Bolsonaro da presidência e ela, inviabilizando a terceira via, ficou sem um plano B. Azar dela, mas também de todos nós! Pois a polarização entre Lula e Bolsonaro se mantém e isso não é bom. Teremos uma campanha marcada pelo ódio e pelo fanatismo.

Tudo indica que Lula deverá ganhar estas eleições porque, de um lado, ele está convencendo a esquerda de que nestas circunstâncias, o neoliberalismo (com Alckmin) é melhor que o bolsonarismo, e de outro, a direita mais civilizada percebe que Bolsonaro não é um bom cartão de visitas para atrair investidores a este País.

- Publicidade -

Além do mais, a direita está se convencendo que só Lula tem condições de fazer uma política verdadeiramente de direita, implementando reformas difíceis, mas que ele fará aprovar “em nome da governabilidade”. Tem, sim, o problema dos EUA, que certamente irão tumultuar a eleição por aqui. Mas a esta altura Lula deve estar negociando com os americanos de modo a fazer com que o império não se sinta ameaçado pela Unasul, pela união latino-americana, pelo apoio a Nicolás Maduro, etc.

Lula, ao aprovar, por exemplo, a soja transgênica, atendeu sem dúvida a pressões dos EUA. Mas o terrível quadro econômico favorece Lula: inflação, juros altos, recessão, etc. E Bolsonaro não está conseguindo nem mesmo criar um fundo para estabilizar o preço do óleo diesel. O risco de tumulto com caminhoneiros existe. Seu perfil é próprio daquele que prefere morrer atirando para não se entregar vivo. Que situação!

No Paraná, Lula e Bolsonaro, segundo as pesquisas, dividem o eleitorado ao meio. Mas na nossa região, Sudoeste do Paraná, Lula ganha. O nosso Sudoeste e especialmente a região de Francisco Beltrão, sempre foi mais à esquerda, mais Lula. A nível estadual, no entanto, o governador Ratinho Júnior leva vantagem sobre Requião. Parte do eleitorado de Ratinho Júnior vai de Lula e isso fica mais evidente porque Ratinho Júnior não é bolsonarista “raiz”; já foi Lula e não terá problema algum em voltar a ser. Por sinal, o presidente do partido de Ratinho Júnior, Gilberto Kassab (PSD), deverá deixar livre para que em cada Estado seu partido decida quem apoiar a nível federal, pois o PSD não terá candidato a presidente.

O governador Ratinho livrou-se da extrema-direita ou do bolsonarismo “raiz”, pois o PL, no Paraná, terá como candidato a governador o deputado Filipe Barros, que aqui na nossa região tem base através dos deputados do PL, Giacobo e Vermelho. Com isso, o governador passou a ter condições de fazer acenos mais à esquerda, puxando deputados que deixaram o PSB e o PV, como a deputada Leandre Dal Pont (agora PSD), que também vai de Ratinho Júnior.

O partido Solidariedade é comandado no Estado pelo deputado federal Luizão Goulart e pelo ex-deputado federal Assis do Couto, ambos ex-PT. O ex-governador Requião, por sua vez, ficou agora com sua base mais fiel, os requiãozistas “raiz”, e deverá incendiar o Estado falando alto e bravo contra Ratinho Júnior, a partir do seu novo partido “velho de guerra”, o PT.

Assim, sobretudo na nossa região, Ratinho Júnior conseguirá ficar ao centro entre bolsonaristas “raiz” de um lado e requiãozistas “raiz” do outro. Ou seja, podemos dizer que superamos a polarização política, temos terceira via pelo menos a nível estadual!

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Destaques