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Francisco Beltrão
sexta-feira, 13 de junho de 2025

Edição 8.225

13/06/2025

Beltrão como pequena pátria, o Sudoeste como pequena pátria agrandada

Sem dúvida, o Brasil por si só é uma “pátria grande”, eu diria até grande demais, e Brasília uma “ilha da fantasia”. Quanto mais conheço a capital federal e os corredores do poder, mais frustrado fico com a política deste belo país. Não que nos municípios a política seja de melhor qualidade, eu diria que existe uma correspondência: entre a prática política no centro do poder do país e a prática política local. No entanto, existe uma grande diferença porque nos municípios a distância entre quem governa e quem é governado é pequena, existe uma proximidade inevitável. O convívio físico, a realidade concreta, a história conhecida, fazem toda a diferença.

Em Brasília as ideias mais mirabolantes, mais esdrúxulas, mais fora da realidade, prosperam e sem chacota, sem ironias que se tornem conhecidas e sempre vultuosos recursos liberados. As políticas públicas, quando são avaliadas, a avaliação não se difunde. Empresários piratas e burocratas bem remunerados são os grandes lobistas do Congresso Nacional que, diferentemente dos municípios, se impõem sobre o Poder Executivo.

Constato que o melhor a fazer ainda é valorizar nossas “pequenas pátrias” e torço para que a nova administração municipal que tomou posse em Beltrão, cultive o diálogo verdadeiro e fraterno, a prática republicana de separar o interesse privado do interesse público, o respeito pelos adversários políticos pois estes são também responsáveis pela boa administração do município, e, sobretudo, planeje claramente o desenvolvimento do município, dos seus diferentes setores, com a participação da população. Não é difícil fazer do município aquilo que não se consegue fazer a nível nacional, ou seja, um projeto claro de país.

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Torço para que consigamos nós beltronenses encontrar no presente a capacidade de pensar nosso futuro. Em particular, penso no setor lácteo que o município detém um enorme potencial e já é o maior produtor do Sudoeste do Paraná (a pequena pátria agrandada), mas não consegue transformar a produção, industrializar o leite produzido. Creio que deveríamos nos espelhar no município de Guaraciaba, no Oeste de Santa Catarina, onde o laticínio dos lácteos com a marca “Gran Mestri” mostra que é possível agregar muito valor ao leite produzido, desde que este seja de alta qualidade, dando origem a lácteos de altíssima qualidade.

Os produtores de leite devem receber bem pelo que produzem, mas sem distorções. Em Beltrão, grandes produtores recebem preços bem acima da média e sem maiores considerações pela qualidade do produto. Enquanto isso, produtores de menor porte que produzem leite com mais sólidos, recebem muito pouco.

E os impostos que o setor gera para o município ou deveria gerar, mas são sonegados? E a produção informal? Que a nova administração estimule a circulação das informações tão necessárias para a elevação da nossa consciência cidadã.

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