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Francisco Beltrão
sábado, 21 de junho de 2025

Edição 8.230

21/06/2025

IDR-PR: A era Márcio Nunes

O governador Ratinho Júnior decidiu nomear um político, um deputado, como secretário da Agricultura. Sem dúvida uma novidade, porque até agora dava a entender que isto não acontecia porque a Agricultura era uma secretaria a ser enxugada, ou seja, sem dinheiro e, pior ainda, tendo que cortar seu orçamento. Era tudo o que um político não quer, então o governador nomeava técnicos de carreira, que não tivessem preocupação em agradar suas bases eleitorais.

Tudo indica que esse tempo ficou para trás com a nomeação do deputado Marcio Nunes como secretário e com a aproximação do ano eleitoral. Chama a atenção que o novo secretário assim que assumiu adotou medidas de impacto administrativo: ele próprio se instalou na sede do IDR-PR com outros dirigentes responsáveis pelas vinculadas sendo que o IDR-PR incorporou três delas. Claramente há o interesse de “mostrar serviço” dando uma chacoalhada na estrutura da Seab.

E deve-se dizer já estava na hora, ainda que os recursos pouco aumentem, um longo processo de desmonte das estruturas levou seus membros a uma espécie de torpor, a uma tendência de “zona de conforto”, a um conformismo numa perspectiva de “o último que apague a luz”. E vejam, estamos falando do Paraná, um dos mais importantes estados agrícolas do país que como tal, deveria primar por manter na agricultura uma máquina pública azeitada, eficaz no propósito de contribuir com a competitividade, a sustentabilidade e a inclusão produtiva da nossa agricultura. Sendo assim é evidente que a tal de “reforma da agricultura” anunciada no início do primeiro governo Ratinho Júnior, não pode se resumir à fusão de órgãos e enxugamento de quadro de pessoal como tem sido até agora. Precisa impulsionar mudanças que representem uma inovação administrativa e política, que sinalizem para a população de como o Estado do Paraná está mudando para ser capaz de melhor entregar à população serviços que efetivamente deem conta dos enormes desafios que nossa agricultura enfrenta ainda mais agora com as mudanças climáticas e a necessidade de aumentar a oferta de alimentos.

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No caso da nossa região, o Sudoeste do Paraná, urge focar a cadeias produtiva do leite que, por incrível que pareça, ainda é uma pauta que custa para ser assumida pela nossa política. Passou a crise do preço do leite ao produtor e de modo bem pouco responsável, nossa política deixou de tratar dessa atividade que para nós do Sudoeste do Paraná tem tudo para ser a maior riqueza da nossa agricultura. Além do crédito, o cooperativismo e a assistência técnica são instrumentos que, além de necessários para combater a brucelose e a tuberculose, são fundamentais para alavancar a competitividade e minimizar a exclusão produtiva. Espero que o IDR-PR ouse inovar contratando não através de concurso público mas de chamada públicas que mobilizem profissionais autônomos e entidades engajadas na promoção das imensas possibilidades da nossa bacia leiteira.

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