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Francisco Beltrão
sexta-feira, 13 de junho de 2025

Edição 8.225

13/06/2025

O modelo Sarom de cooperativa de crédito

Poucos dias atrás estive no município de São Roque de Minas, na Serra da Canastra, e, para minha surpresa, descobri um modelo diferente de cooperativa de crédito. São Roque de Minas é um pequeno município de sete mil habitantes no qual, 30 anos atrás, ao ficar sem agência bancária, um grupo de lideranças do lugar, tendo à frente o agrônomo João Carlos Leite, pecuarista e produtor de queijos artesanais, decidiu criar uma cooperativa de crédito que atualmente conta com 48 mil associados, R$ 1,5 bilhão em ativos e 26 agências em 22 municípios, sendo 3 no Estado de São Paulo.

O interessante é observar que apesar do crescimento, ela mantém uma descentralização administrativa que garante participação do quadro social e da comunidade como um todo. Cada agência tem seu próprio balanço, que é apresentado à comunidade local e que destina metade do excedente para a respectiva comunidade. Como me foi explicado, o importante é ganhar o senso de pertencimento da comunidade. Em São Roque de Minas, 90% da população da cidade é associada à cooperativa. Uma construção de décadas de dedicação da cooperativa na promoção de atividades de interesse da comunidade: escolas, hospitais, fomento de atividades econômicas, etc. Importante observar a necessidade de uma contabilidade transparente da agência cooperativa.

Perguntei quanto gastam com marketing e relacionamento, a resposta foi: nos não gastamos nosso marketing é boca a boca, o melhor marketing! A prática administrativa reflete consensos que são construídos com a comunidade. O Fates, fundo de assistência técnica e de educação social, é por todos conhecidos. Na assembleia, quando da distribuição das sobras, o cooperado tem um prazo para decidir se quer receber a mesma na sua conta corrente ou se vai integralizar no capital social.

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Pensei, mas então nesta cidade a cooperativa não tem concorrência, mas não, o Sicredi não faz muito abriu uma agência e perguntei por quê: me responderam porque a nossa economia local está crescendo 11% ao ano em termos reais. Pesquisei sobre o famoso queijo canastra. Pois bem, queijeiros são milhares, mas aqueles que impulsionaram a fama do queijo canastra são organizados em uma associação, a Aprocan, são apenas 70 e poucos. A fama alcançada é tanta que eles importam selo de caseína para fazer com que o consumidor possa rastrear a origem do queijo e saber se ele é genuíno. A nossa Aprosud dos queijeiros artesanais do Sudoeste do Paraná reúne uns vinte queijeiros. Significa que quando forem uns 40 já poderão ter uma projeção de nível nacional. Façamos do Sudoeste do Paraná a terra do bom queijo!

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