Geral
“Se não houver campo aberto/ lá em cima quando eu me for,/ um galpão acolhedor,/ de santa fé bem coberto,/ um pingo pastando perto,/ só de pensar me comovo,/ eu juro pelo meu povo,/nem todo o céu me segura,/retorno a velha planura pra ser gaúcho de novo!”
O Galpão Gaúcho
O galpão característico do Rio Grande do Sul é uma construção rústica, de tamanho regular. Na região da fronteira é coberto de “santa fé” (é uma planta de folhas longas, finas e ásperas, muito usada em coberturas de ranchos ou de carretas), e coberto de taboinhas nos campos de Cima da Serra. Em geral com parte assoalhada com madeira bruta e em parte de terra batida, desprovido de portas e às vezes até uma das paredes, onde o fogo de chão está sempre aceso. Em algumas estâncias o fogo de chão é uma tradição de gerações, e mesmo nos dias de hoje, em algumas destas estâncias há galpões com fogo que não se apaga há muitas décadas. Usa-se sempre um “pai de fogo ou guarda fogo” que é simplesmente uma grande tora, geralmente de madeira de lei e que tem a função de manter aceso o fogo do galpão, visto que as atividades por ali não param. Como há sempre um grande número de pessoas nessas fazendas e o gaúcho tem por hábito e necessidade levantar muito cedo para atender as funções das lides campesinas, o fogo de chão nunca se apaga. Quando os centauros chegam já além da boca da noite, cansados da lida bruta, reavivam o fogo e põe um churrasco para assar enquanto o braseiro vivo aquenta a água para o mate.
Serve de abrigo e aconchego à peonada da estância e a qualquer tropeiro, viajante ou gaudérios que dele necessite.No galpão se prepara e se come o churrasco, se toma o chimarrão, e, também nele, nas horas vagas de folga, ao redor do fogo, se improvisam reuniões de que participam democraticamente patrões e empregados, viajantes, tropeiros, carreteiros e gaudérios, todos acomodados em troncos ou cepos de três pernas recobertos por algum peleguito.Então se contam causos de guerra, de tropeadas, de carreteadas, de serviços de campo, de caçadas, de pescarias, de amores, de assombrações, ao mesmo tempo se bebe uma canha das buenas, se toca uma cordeona, se dedilha um pinho, se canta uma modinha ou se recita uma poesia campeira.
Muitos desses galpões são realmente grandes e ali guardam-se todas as encilhas, laços, capas de chuva e todos os apetrechos usados no dia-a-dia.Ainda nesse ambiente, pernoitam também os cavalos dos campeiros, que recebem a sua alfafa ou milho quebrado, como recompensa pelo dia de trabalho de campo, e a certeza de que no alvorecer já estarão encilhados para nova função. O campeiro se acomoda numa cama de pelegos, num catre ou em cima dos arreios e, quando o sol desponta, geralmente já está cumprindo suas obrigações nas grandes invernadas, como peão de estância.
Realmente esta rústica vivenda tem uma atmosfera toda dela, sem o corre-corre e o estresse da tal vida moderna. Nesse ambiente vive-se a vida com a magia da simplicidade, com pessoas humildes que não puderam comprar o saber da ciência, porém são mestres na sabedoria.
Recanto do chasque
O chasque de hoje vai para a dupla imbatível lá de Marmeleiro, o Cladimir Dalazem e o Jorge Fernandes, este que trabalha com o Fábio Tesser. Essa gurizada medonha que gosta de uma festa barbaridade; acadêmicos na Unipar e vêm pra cá toda noite, dentro do ônibus. Mas que tal! Da mesma estirpe é o Carlos lá de Renascença, que tá largando mão do churrasco pra mode o tal de colesterol. De fato a gordura é um problema, e se cuidar um pouco não custa nada. Um abraço indiada!
E amanhã começa, em Planalto, mais uma edição do FEPART, e a nossa cidade estará muito bem representada pelo