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Francisco Beltrão
sábado, 31 de maio de 2025

Edição 8.216

31/05/2025

A ilusão virtual do conhecimento

Pastor Fernando Alberto – Nunca tivemos tanto acesso às mais variadas informações. Se assim pudéssemos refletir, temos hoje uma “overdose de informações e informantes” e tudo isto visando formar opiniões e induzir comportamentos. No final, o objetivo é o mesmo, o de manter-se economicamente ou, em algum nível, flertar com ou conquistar alguma de esfera de poder.

A moda dos “influencers” aí está para comprovar a perspectiva que compartilho hoje. Um sem número de blogueiros, internautas, youtubers e outros mais, competindo entre si pela aquisição de atenção, curtidas, compartilhamentos ou ativação de sininhos, visando multiplicar seguidores.

A revolução do acesso à informação por meio das mídias digitais é mesmo a forma mais democrática de expor opiniões e de acessar conteúdos, por isto a defendo veementemente. No entanto, a ilusão de estarmos informados também reside aí, uma vez que a profundidade das informações e a verdade dos fatos, podem ambos, estar comprometidos ou contaminados sob as lentes e intenções dos seus compartilhadores.

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Os aferidores das “fakes”, chamados “independentes”, são, ao meu ver, mais “fakes” do que os próprios conteúdos questionáveis. Desde o instante em que deixaram de analisar fatos e conteúdos para questionar “contextos”, percebemos que tais análises, unilaterais, têm intenção política e nenhum compromisso com a verdade.

O hábito “fast-food” de consumir informação, a exigência de conteúdos rápidos e de pouca leitura, têm dado à nossa geração a impressão que se sabe quase nada de quase tudo, embora as pessoas pensem que podem opinar sobre a maioria das coisas sem aprofundar-se na reflexão. Olhando para mim mesmo percebo quantas vezes fui protagonista de algo assim.

A acessibilidade virtual nada é se nós não nos despertarmos para entender que ela só jogará ao nosso favor se formos inteligentes, seletivos, tomados de um compromisso de aprofundamento e disciplina para vivê-lo. Fora disto seremos apenas indivíduos manipuláveis, reprodutores de tendências e tolos por empreender uma “aura” de conhecimento, quando em contrapartida, sabemos muito pouco do que insistimos em afirmar.

Em tempo de vacinas, seja da gripe ou da covid, que tal vacinarmo-nos quanto à ilusão do conhecimento virtual?

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