Não estamos falando de ideologias e paixões partidárias. Estamos falando de economia. E economia e política andam de mãos dadas.
Na semana passada escrevi sobre como está se comportando a inflação lá fora, especialmente a americana, por razões óbvias: é a maior economia mundial. Em dado momento, dei algum pitaco também sobre os hermanos argentinos. Ocorre que, na leitura, teve quem ficou sometne no “olho” da matéria, e que, ao que tudo indica, foi um recorte que descontentou a chamada turma do contra. Dando uma de Felipe Scolari, eu os abençoaria como a “Turma do amendoim”, que são justamente aquelas pessoas que estão assistindo o futebol no estádio e estão comendo amendoim.
E que naturalmente se sujam todos com as cascas do amendoim, e emporcalham o seu entorno de tanta sujeira, e aí ficam todos raivosos, especialmente quando são contrariados e revoltados com tudo que está à sua volta. Mas esquecem que a sujeira quem fez foi eles! Naquele momento fui taxado de alguns comentários bem sinistros, tipo: “Esse jornalista deve estar usando tóxicos”, ou mesmo “Comentário típico de um bolsominion”, que, por sinal, não sei o que seria um bolsominion.
Ataques ao próprio veículo que publicou a opinião deste colunista, enfim, é coisa de gente que não está preparada para conviver com quem pensa diferente. Certeza que são pessoas amarguradas. Com certeza deve ter remédio pra isso! Mas o pior é ver que os comentários feitos foram de pessoas que não leram o conteúdo. Apenas o título da matéria! Ou seja, além de tudo são preguiçosos em ler o conteúdo, e preferem se expor ao ridículo tecendo comentários, como dizem os jovens de hoje, comentário “nada a ver”.
Mas a questão é: não estamos falando de ideologias e paixões partidárias. Estamos falando de economia. Será que é tão difícil separar isso? Já falei em outras oportunidades e isso se comprova a cada dia: economia e política andam de mãos dadas.
Quando o cidadão simplesmente não quer reconhecer que as economias se interagem; que países se relacionam política e economicamente; que o que acontece lá fora reflete, sim, aqui, e vice-versa. É quase o mesmo que reconhecer que a terra é plana — sendo drástico e irônico ao mesmo tempo.
Mas o que vou colocar agora é que vai deixar a turma do contra ainda mais enfurecida: ontem o Reino Unido divulgou a sua inflação dos últimos 12 meses, 9,1%, a maior dos últimos 40 anos. E qual a razão para esses números? Essa eu vou deixar para vocês responderem, assim não serei taxado novamente de todos aqueles adjetivos relatados acima!
Para piorar (ou “despiorar”, segundo uma economista de sobrenome suíno relatado na última semana), o governo Biden solicitou ao Congresso americano esta semana que o mesmo aprove a suspensão dos impostos federais sobre os combustíveis por lá, por pelo menos 90 dias, como forma de frear as constantes altas. Tá contente agora? Por fim, para deixar claro a todos: não significa que estou feliz com tudo isso — muito pelo contrário —, estou p… da cara, mas são situações que temos que ir nos readaptando e trabalhar para melhorar. Só criticar não me parece que vai resolver muita coisa.