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Francisco Beltrão
quarta-feira, 28 de maio de 2025

Edição 8.213

28/05/2025

OPINIÃO

Por que há menos comoção contra ditaduras de esquerda?

O ditador Nicolás Maduro, para surpresa de ninguém, venceu mais um pleito eleitoral, com 51,2% dos votos. Assim confirmou o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), órgão governamental supostamente independente e responsável pela transparência das eleições na Venezuela. Na prática, é um órgão subserviente a Maduro.

Acompanhei, ao longo do último domingo, as eleições no país vizinho. Apurações prévias davam vitória esmagadora de Edmundo González, candidato opositor a Maduro. Todo o dia foi marcado por incidentes que, digamos, fazem parte de uma “democracia relativa”. Soldados armados invadindo zonas eleitorais e intimidando eleitores. Os que votavam contra Maduro eram expostos. Zonas eleitorais fechadas em horário de votação. Fontes locais afirmavam que essas zonas eram maioria opositoras ao ditador.

Pessoas sensatas e realmente pró-democracia têm um nome claro para essa “democracia relativa”. A ela, damos o nome de ditadura. Mas por que ditaduras de esquerda geram menos comoção, revolta ou protestos?

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Tenho um profundo incômodo com uma parte da esquerda, essa mesma que acusa “fascismo”, “nazismo”, “ditadura” e “opressão” quando a oposição está no poder, mas que se cala diante de medidas realmente fascistas quando é um governo de esquerda que as perpetra.

Maduro é um ditador, e isso basta para nos posicionarmos contrário a ele, fosse de esquerda, centro ou direita. Mas o que se observa, no entanto, é uma onda de parabenização por parte da esquerda radicalizada, elogiando uma vitória fraudada e afirmando ser essa a luta contra o “imperialismo”. Vi poucos sensatos à esquerda criticando esse circo eleitoral na Venezuela.

O povo venezuelano continuará sofrendo, sabe-se lá por quanto tempo. Acredito que a ditadura de Maduro, no poder desde 2013, jamais cederá pelas vias democráticas, só deverá ter um fim com, infelizmente, uma revolta violenta do povo, e que ainda poderá levar ao poder outro facínora. A “esquerda radical” – ou extrema-esquerda – continuará fingindo ser pró-democracia, mas ela tem lá seus ditadores e ditaduras de predileção.

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