Hoje é celebrado o Dia Mundial da Prematuridade, problema que afeta cerca de 11% das gestações no País.
Leandro Czerniaski – A prematuridade não é mais uma “sentença de morte”. A taxa de sobrevivência de bebês que nascem antes da 37ª semana de gestação vem aumentando e já está na casa dos 90% no Brasil. No Hospital Regional do Sudoeste, unidade de referência para este tipo de atendimento na região, a taxa é ainda mais animadora: cerca de 94 a 95% dos bebês prematuros sobrevivem após o parto.
Esse resultado, no entanto, é fruto de muito trabalho e cuidado. A médica pediatra e neonatologista Caroline Bortolotto, responsável técnica pela pediatria e neonatologia do HRS, costuma citar que o prematuro não é apenas pequeno, mas um ser que teve seu desenvolvimento no útero interrompido. “A dinâmica é complexa, não é como se fosse um adulto em que se consegue prever a resposta à medicação. Isso vai depender muito da idade gestacional que o bebê nasceu e como está o desenvolvimento dos órgãos e tecidos, é uma rotina de muito cuidado e detalhes”, comenta.
Entre os cuidados está a alimentação precoce, o manuseio mínimo, o controle de temperatura e a atenção clínica, além do incentivo ao vínculo com os pais. A ideia é manter o ambiente o mais próximo das condições do útero materno e para isso são utilizados recursos, equipamentos e corpo técnico do mesmo porte do que oferecem grandes centros.

A prematuridade está ligada a diferentes causas. As mais comuns são os fatores maternos, como doenças, infecções (principalmente do trato urinário), obesidade (e a hipertensão, diabetes e hipotiroidismo), doença hipertensiva da gestação e outras causas que provocam eclampsia ou pré-eclâmpsia. No Hospital Regional também há casos menos frequentes de cardiopatia e má formação ou anomalia genética do bebê.
Hoje, Dia da Prematuridade
O Dia Mundial da Prematuridade é celebrado nesta quinta-feira, dia 17, e tem ainda a celebração do Novembro Roxo. A data busca sensibilizar a sociedade, instituições e órgãos públicos para prevenir e tratar o parto prematuro. Neste ano, o tema “Garanta o contato pele a pele com os pais desde o momento do nascimento” ressalta a importância do contato dos bebês com o pai e a mãe.
Mais de 3,4 mil atendimentos
A UTI neonatal do HRS foi aberta em abril de 2011 com sete leitos – hoje são dez. Em 11 anos, 2.245 pacientes foram atendidos neste serviço. Mas o setor é maior: ainda tem cinco leitos de UCI (Unidade de Cuidados Intermediários) abertos em 2017 em que 1.032 pacientes foram atendidos; três leitos de suporte avançado de vida implantados em 2021 (com 209 pacientes atendidos) e ainda dois leitos de emergência. Nestas unidades trabalham 12 médicos pediatras (sendo três neonatologistas), dez enfermeiros, 42 técnicos de enfermagem e mais os profissionais de suporte e da área administrativa.