Saúde
O barulho no ouvido, muitas vezes relatado como “dentro da cabeça”, é um sintoma comum e pode ser chamado de zumbido, acúfeno ou tinitus.
Ele pode ser percebido como som mais grosso/grave (parecido com o som de uma cachoeira) ou mais fino/agudo (como um apito). Pode ocorrer de forma contínua ou com intervalos.
Como sintoma o zumbido pode ser decorrente de alguma alteração no nosso organismo, podendo ser ela metabólica, cardiovascular, neurológica, farmacológica, psicogênica, odontogênica ou otológica (vias auditivas).
O zumbido é uma das queixas mais presentes em consultório, cerca de 15% da população geral e 33% dos idosos relatam a presença do sintoma. É considerado o terceiro pior sintoma para o ser humano, sendo superado apenas pelas dores e tonturas intensas e intratáveis.
Algumas queixas demonstram que o incômodo do zumbido chega a afetar funções mentais normais como raciocínio, memória, atenção e concentração. Essas alterações trazem prejuízos nas atividades de trabalho e de lazer, no repouso, na comunicação, no ambiente social e doméstico, deixando as pessoas irritadiças, ansiosas, angustiadas e deprimidas.
O zumbido é potencializado quando ocorre juntamente com algum tipo de perda auditiva, 85 a 96% dos pacientes com zumbido apresentam algum grau de perda auditiva. Outros fatores, como fadiga física e mental, ansiedade, estresse e depressão, levam a uma piora no incômodo percebido pelo paciente.
A fonoaudiologia insere-se tanto na avaliação audiológica do paciente, quanto na terapia para zumbido. O tratamento deve ser indicado pelo médico otorrinolaringologista, sendo descrita em literaturas a utilização de aparelhos auditivos de amplificação sonora individual (AASI) até mesmo implantes cocleares, como controle do zumbido em pacientes com perda auditiva sensório-neural.
A reabilitação vestibular também foi descrita como opção na melhoria de sintomatologia no caso de pacientes com zumbidos associados a alterações vestibulares. Além disso, a terapia de habituação, o TRT (Tinnitus Retraining Therapy), aplicada pelo fonoaudiólogo devidamente treinado.
Algumas medidas gerais se aplicam para todo paciente que apresenta zumbido: cuidados com a exposição prolongada a ruídos de alta intensidade, praticar atividades físicas, manter uma alimentação balanceada e procurar atendimento médico especializado para investigação e prevenção.
Silvia Priscila Monteiro
Fonoaudióloga
CRFa: 3-10435
